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Montana Tropical: a solução para o cruzamento industrial a campo

Os cinco maiores selecionadores de Montana Tropical de Mato Grosso do Sul se unem para vender 80 dos melhores reprodutores da safra 2001 e 500 produtos de cruzamento industrial. Helio Coelho e Filhos, Companhia Mate Laranjeira, Someco Agropecuária, LR Agropecuária e Madeiral Pecuária Avançada promovem no próximo dia 29 de setembro, às 20h, o 3o Leilão Montana MS. Será no tattersal de elite da Acrissul, durante a 7a Feira de Reprodutores de Mato Grosso do Sul, com transmissão do Canal do Boi.

O selecionador Helio Coelho vai levar para pista 30 reprodutores provados através de uma rigorosa avaliação genética. Os animais fazem parte do Programa de Melhoramento da USP, de Pirassununga, coordenado pelo professor e pesquisador José Bento Sterman Ferraz. “Todos os reprodutores têm excelentes DEPs e ótima classificação no programa”, sintetiza Helio Coelho, ao lembrar que por apresentarem idade média de dois anos já estão aptos para iniciar a cobertura a campo.

A propósito, este é um dos maiores diferenciais do Montana, quando comparado às raças européias puras. É que os reprodutores trabalham a campo sem sofrer qualquer estresse, produzindo o F1 em regiões tropicais, sem que haja a necessidade de inseminação artificial ou da adoção de manejos diferenciados na propriedade para adequar os touros à cobertura a campo.

A USP de Pirassununga executa esse trabalho com o Montana desde 95 e preconiza critérios como peso ao nascimento, à desmama e aos 14 meses. As avaliações abrangem também musculosidade e perímetro escrotal – ponto decisivo na precocidade sexual e de terminação da progênie.

O Montana Tropical é uma importante ferramenta para a produção de bovinos de corte, através do cruzamento industrial a campo. Nos Estados Unidos, 80% dos animais encaminhados para o frigorífico são fruto do cruzamento industrial. Na Austrália, esse índice chega a 60% e na Argentina a 40%.

Desenvolvido no Clay Center, Estados Unidos para as condições brasileiras de clima e pastagens, o Montana exibe a rusticidade do zebu com a precocidade e acabamento do europeu. O programa Montana Tropical chegou ao Brasil há nove anos, através de uma parceria entre a CFM Agropecuária (master franqueadora) e a Lechmann Catle Company, dos Estados Unidos. Hoje já são cerca de 30 franqueados espalhados pelo País.

Segundo o professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP de Pirassununga, Joanir Pereira Eler, o Montana Tropical apresenta 25% de sangue zebuíno e os outros 75% de raças continentais, britânicas e adaptadas. Outra grande vantagem é a composição aberta. Todos os animais Montana são identificados com o código NABC (Nelore, Adaptadas, Britânicas e Continentais, respectivamente). Na prática, isso significa que o produtor pode ajustar a participação de cada tronco racial no cruzamento. “Em regiões mais quentes, como o Norte do País, há a possibilidade de o pecuarista colocar mais sangue de raças adaptadas para aumentar a rusticidade. Diferente do que ocorre com os sintéticos”, lembrou ao destacar que por envolver grandes populações, os problemas com consanguinidade são praticamente inexistentes.

Para formar o Montana, além do Nelore, o Grupo Helio Coelho e Filhos utiliza Bonsmara, Belmont Red, Senepol, Tuli, Barzona e Romosinuano, entre as raças adaptadas, Red Angus entre as britânicas e Pardo-Suíço Corte (Braunvieh) e Simental entre as continentais. Os touros Montana estão aptos à cobertura a campo a partir dos 18 meses e as fêmeas podem ser enxertadas entre 14 e 18 meses.

Fonte: Assessoria de imprensa da Acrissul

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