Índice de carne bovina contaminada com cisticercose pode chegar a 40% na região serrana de SC
O aumento dos índices de carne bovina contaminada com cisticercose na região serrana de Santa Catarina, em alguns municípios estima-se que 40% dos animais abatidos estão contaminados, colocou em estado de alerta os órgãos responsáveis pela saúde pública.
Para tentar reverter o problema, o promotor público e curador de Defesa do Consumidor de Lages, Lio Marcos Marin, reuniu ontem no Fórum da cidade representantes dos órgãos fiscalizadores, proprietários de abatedouros clandestinos e comerciantes de carnes. A intenção é acabar com o abate clandestino e a venda de carne sem certificado de inspeção sanitária.
Cerca de 50 donos de abatedouros irregulares de Lages têm até o final do mês para assinar termos de ajustamento de conduta com o Ministério Público de Santa Catarina para regularizar a situação dos estabelecimentos. Os empresários que desrespeitarem o prazo poderão ter seus negócios interditados, responder processos por crimes de sonegação fiscal e contra o consumidor e pagar multas administrativas.
De acordo com estimativas da Cidasc, responsável pela fiscalização dos abatedouros, somente em Lages, 70% da carne comercializada não passa por qualquer tipo de fiscalização sanitária. “Este percentual deve ser ainda maior em outros municípios”, afirma a veterinária Mirian Henrique.
Como alternativa para os donos de abatedouros foram apresentadas duas soluções. A primeira é a união de todos para a formação de um consórcio para construir um abatedouro regular. A outra é que os animais sejam abatidos em dois frigoríficos de Lages que têm inspeção sanitária. “Esses abatedouros já concordaram em realizar este trabalho”, explica Marin.
A cisticercose é uma doença que atinge o sistema nervoso central da pessoa. Ela é transmitida através da ingestão de carnes contaminadas, quando mal cozidas ou cruas.
Fonte: Diário Catarinense (por Luiz Augusto), adaptado por Equipe BeefPoint