A decisão do desembargador Rêmolo Leteriello de suspender a liminar que bloqueava a carne estocada nas câmaras frias do Frigorífico Pedra Bonita, de Itaporã, em processo de concordata, causou surpresa entre os credores da indústria, que já haviam disponibilizado promissórias como caução para garantir a posse do estoque.
Leteriello, alegando que a liminar proibindo a venda pelos frigoríficos, poderia vir a causar prejuízo, determinou que “o bloqueio do estoque equivalente de carne do gado do agravante pode causar-lhe danos de difícil reparação. Comunique-se esta decisão, com urgência, ao juízo da causa”. Por conta da decisão, foi suspensa a liminar concedida na terça-feira (29) pela Justiça de Itaporã, que tinha como fiel depositário um funcionário do próprio frigorífico e em suas próprias instalações.
O advogado de dois credores dos frigoríficos, Nelson Eli Prado, disse que a liminar foi impetrada para garantir o recebimento de contratos a prazo na aquisição de bovinos para abate nos frigoríficos. A empresa recorreu, na quinta-feira (31), por meio de um agravo de instrumentos, da decisão judicial e obteve parecer favorável no Tribunal de Justiça.
Prado disse que agora seus clientes estão estudando uma forma de garantir o repasse automático aos credores do dinheiro obtido com a venda da carne estocada, para assegurar a quitação de débitos pela compra de bovinos a prazo e, em alguns casos, à vista, sem depósito por parte dos frigoríficos.
Um dos fornecedores dos dois frigoríficos, o deputado estadual José Roberto Teixeira, disse que tem confiança total no empresário José Antônio Fernandes, que controla os dois frigoríficos, na quitação dos débitos com os pecuaristas e lamentou apenas que as dificuldades podem deixar cerca de 800 pessoas desempregadas.
Fonte: Correio do Estado/MS (por Elvio Lopes), adaptado por Equipe BeefPoint