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MS: custo para certificar gado supera as previsões

A rastreabilidade de bovinos é muito importante para o Estado de Mato Grosso do Sul pelo volume de animais necessário para atender o mercado de exportação. Só que o sistema tem um custo para o pecuarista bem mais alto do que o valor que está sendo divulgado até agora, que pode ser de R$ 3,87, ou um mínimo de R$ 2,91 por animal, segundo cálculos do presidente do Sindicato da Pecuária de Corte de Mato Grosso do Sul (Sindicorte/MS), José Armando Amado. Sem contar a taxa de inscrição na certificadora, que pode variar de R$ 75 por propriedade rural ou mais de R$ 120, dependendo da empresa. Isso tudo, sem levar em conta os vários gastos com os serviços que envolvem a prática.

Amado afirma que existe grande desinformação entre os criadores sobre praticamente tudo o que se refere à rastreabilidade. Foi justamente em função de toda a desinformação existente que José Armando Amado decidiu sentar em frente ao computador e, a partir de dados levantados em suas propriedades rurais, começar a organizar todo o processo de rastreamento que, na verdade, gera despesas e é complexo de ser desenvolvido.

Três tipos

Existem hoje três tipos de processos de rastreabilidade bovina, segundo Amado. O primeiro é a rastreabilidade de emergência, que deve deixar de existir a partir do dia 2 de setembro, quando vence o primeiro prazo para que os pecuaristas que têm animais destinados ao mercado externo estejam com o sistema implantado. A rastreabilidade de emergência é desenvolvida pelos frigoríficos credenciados para exportar carne. Para atender às exigências dos importadores, foram colocados profissionais credenciados para realizar o rastreamento emergencial dentro dos frigoríficos, antes dos animais serem abatidos. Só dessa forma a venda para o mercado externo vem sendo garantida.

O segundo tipo é a rastreabilidade parcial, que é o sistema que vai atender as exportações brasileiras de carne até o ano de 2005. Nesse caso, o pecuarista se associa a uma empresa de rastreabilidade, e para isso paga uma taxa de inscrição (aqui começam efetivamente as despesas), compra os brincos de rastreabilidade parcial e pede, posteriormente, a um veterinário credenciado que seja feita a certificação dos animais rastreados.

Pegando como base os preços da Planejar, que é a certificadora credenciada que formalizou parceria com os sindicatos rurais para prestar assistência no processo em MS, pelo sistema de rastreabilidade parcial o pecuarista vai gastar, sem contar a taxa de inscrição, R$ 1 pago por animal para a empresa de certificação, mais R$ 1,10 por brinco e mais R$ 0,95 pagos ao veterinário credenciado pela empresa para fazer o credenciamento/certificação por animal. Isso representará um custo total de R$ 3,05 por animal rastreado e certificado.

E o terceiro tipo é a rastreabilidade de origem, a rastreabilidade propriamente dita, porque vai cadastrar o animal desde o seu nascimento. Nesse caso, ao nascer, o bezerro recebe ou uma tatuagem ou uma marca de fogo, ou ainda um brinco. Quando o animal desmamar o veterinário credenciado fará a certificação, colocando então o brinco de certificação.

Segundo Amado, os custos neste caso ficam assim: para a empresa de rastreabilidade é pago R$ 1, depois mais R$ 0,96 pelo primeiro brinco (caso opte pelo brinco no início do processo), mais R$ 0,95 para o veterinário na hora da certificação e outro R$ 1 para o segundo brinco. Isso dará um total de R$ 3,87. Caso opte pela marca de fogo ou tatuagem, desse valor é descontado R$ 0,96, perfazendo um total de R$ R$ 2,91.

Fonte: Correio do Estado/MS (por Mauricio Hugo), adaptado por Equipe BeefPoint

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