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MS: frigoríficos Beef Nobre, de Campo Grande, e Fribrasil Alimentos, de Caarapó fecham

Mato Grosso do Sul terá cerca de mil novos desempregados nos próximos dias. Duas empresas frigoríficas confirmaram fechamento das portas e demissões, a Beef Nobre, de Campo Grande, e a Fribrasil Alimentos, de Caarapó.

Segundo Tiago Pereira, da Beef Nobre, todos os 400 funcionários estão cumprindo aviso prévio. Para ele, a explicação para o fechamento é o mau momento do setor no país.

Já Wilson Gregório, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Carne e Derivados de Campo Grande, acredita que o setor não vive crise. Para ele, o fechamento da Beef Nobre é reflexo da prisão recente do proprietário, Reginaldo da Silva Maia, investigado na operação “Labirinto de Creta”, da Polícia Federal, por lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e falsidade ideológica. Ele cita também a questão da rede de frigoríficos JBS que detém o mercado de carne, gerando concorrência desleal.

Enquanto o Beef Nobre suspenderá as atividades no próximo dia 14 de abril, sem previsão de retorno, segundo Pereira, o frigorífico Fribrasil Alimentos anunciou fechamento da unidade de Caarapó, interior do Estado, no dia 31, próxima semana.

O governador do Estado, Reinaldo Azambuja, afirmou que fechamentos são retratos da atual economia. “É uma preocupação não apenas de Mato Grosso do Sul, mas de todo o país. É o retrato na nossa economia”.

Para Azambuja, a situação não favorece monopólio. “O mercado é de livre concorrência. Um grande aglomerado como o (grupo) JBS, tem agressividade na compra de novas plantas. Mas o importante em Mato Grosso do Sul é que essas empresas continuem a gerar emprego, a industrializar mais. A JBS deve ampliar suas plantas aqui no Estado e até agregar valor ao produto”, mas deve-se buscar o equilíbrio, segundo ele.

Fonte: Campo Grande News, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. Wilhelm Leidemmann Voss disse:

    Parece que governantes não estão dando a devida atenção ao caso. Não quero entrar no mérito se a empresa esteve bem administrada ou não, mas vamos refletir como consumidores, como funcionários e como pecuaristas. Quantos frigorificos fecharam suas portas nos últimos anos? Quantas marcas tínhamos no mercado há quinze anos atrás? Quantas opções o produtor tinha para vender o seu produto (gado)? Quantas opções o mercado tinha para comprar produto para colocar nas gôndolas? E nós, consumidores, quantas opções de marcas e preços tínhamos no mercado? Se temos um setor industrial que carreia bilhões de divisas ao país, fomentando desde o mais pequeno dos produtores até a mais horizontalizada de suas industrias (pois do boi só perde o berro!) por que este país insiste numa política protecionista a apenas alguns privilegiados? Por que não há atenção para uma cadeia industrial que clama por socorro? Quem perde com isto? Duas pontas! Produtor sem opções de negociar preços e opções de venda e o consumidor sem opções de preços e marcas!!! Vamos refletir???