O Grupo Consultivo de rastreabilidade animal, vinculado a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur) por meio da câmara setorial do setor, iniciou nesta terça-feira (18), os debates para definição do conceito e abrangência do sistema em Mato Grosso do Sul. A terceira reunião de trabalho do grupo criado no final de julho, que ocorreu na Seprotur, também contou com apresentação de novas tecnologias e metodologias de identificação animal.
O Grupo Consultivo de rastreabilidade animal, vinculado a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur) por meio da câmara setorial do setor, iniciou nesta terça-feira (18), os debates para definição do conceito e abrangência do sistema em Mato Grosso do Sul. A terceira reunião de trabalho do grupo criado no final de julho, que ocorreu na Seprotur, também contou com apresentação de novas tecnologias e metodologias de identificação animal.
Segundo o coordenador do Grupo Consultivo, Alexandre Scaff Raffi, que também coordena a Câmara Setorial de Bovino e Bubalinocultura – ligada a Seprotur – a discussão está focada em tornar o sistema obrigatório ou voluntário. Já quanto ao conceito, o embate é sobre qual será o melhor modelo de rastreabilidade para o controle sanitário no Estado. “As divergências são importantes e o grupo precisa sincronizar as idéias para depois definir qual conceito e abrangência deverá adotar”, justificou Scaff, que espera concluir todos os trabalhos até novembro.
Contudo, o coordenador já adianta que o novo modelo irá monitorar o trânsito animal e identificá-los por meio de chip eletrônico. Para ele, o uso desta tecnologia, por si só, irá facilitar a vida do produtor que aderiu ao Sistema Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov/ Eras), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Outro ponto importante para a implantação do sistema, a adequação dos procedimentos adotados a legislação estadual e federal, também esteve na pauta de reunião. Neste aspecto, técnicos da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), responsáveis pelo desenvolvimento do Sistema de Atenção Animal do órgão (Saniagro/Iagro) – ferramenta que dará o suporte tecnológico ao novo sistema – deram detalhes e aspectos de sua execução.
Encerrando o encontro, foram expostas outras tecnologias de identificação animal e metodologias de rastreabilidade, além da definição do próximo encontro, que ocorre semana que vem. Dentre os membros do Grupo de Trabalho estão representantes do setor privado, público, entidades de pesquisa e lideranças sindicais.
As informações são do MS Notícias, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Precisamos aproveitar ao máximo a experiência adquirida desde 2002 com a implantação do SISBOV para que um novo sistema não incorra nos mesmos erros.
O conceitos de identificação individual e banco de dados central são pilares, mas há burocracia e rigor excessivos no sistema atual que devem ser corrigidos.
Para uma maior abrangência precisamos simplificar ao máximo tudo que for possível.
Precisamos também definir o nível de tolerência aceitável de não-conformidades no processo. Não há processo humano perfeito e não faz sentido penalizar qualquer irregularidade, pequena ou grande, da mesma forma. Precisamos atribuir pesos aos diferentes itens do processo e possuir ações corretivas claras e monitoradas para cada não-conformidade detectada.
Também precisamos simplificar o processo de auditorias do sistema. Devem ser por amostragem criteriosa. Mas não devemos nos iludir que possam ser dispensáveis.
Ainda há aspectos a serem definidos a respeito do tipo de identificação e forma de comunicação do sistema. Há muita coisa sendo feita pelo mundo e devemos ver o que se adapta melhor a nossa realidade.
Mas como a implantação de um novo sistema de rastreabilidade demandará tempo e esforços consideráveis é importante que as discussões prévias da cadeia produtiva sejam exaustivas, pois não podemos correr o risco de errar novamente.
Prezado Jose Ricardo,
assino embaixo ao seu comentário.
Abs
Não comungo da idéia de que identificação individual e banco de dados centralizado sejam “pilares”.
São pilares sim, mas primeiro das perdas que tivemos na fase do “seu boi tem brinco? Não? Então são 3 reais a menos por arroba”, e depois mais recentemente, com a baderna introduzida nas relações comerciais entre Brasil e UE.
Só conseguiremos resolver o imbroglio no dia em que os interessados, tanto comercialmente (interesses legítimos ou escusos), quanto para proteger a própria pele, sejam afastados do processo decisório.
Este programa do MS está muito esquisito. Para não fazer mais um papelão e evitar torrar dinheiro público, talvez eles devessem chamar observadores como Cesário Ramalho e Fabiano Tito Rosa, que no meu entender têm emitido opiniões isentas sobre o assunto.
O primeiro escreveu, há dias, o artigo “Rastreabilidade é dever de todos”, em
http://www.linearclipping.com.br/CONAB/m_stca_detalhe_noticia.asp?cd_sistema=26&cd_noticia=841847
Embora o título seja meio capcioso, o texto não dá margem a dúvidas, dizendo: “A implementação do Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) sem consulta e debate com os principais agentes da cadeia produtiva, especialmente o principal ator, o pecuarista, levou à vulnerabilidade e ao colapso do sistema. Tentar identificar individualmente, de uma vez só, mais de 180 milhões de cabeças de gado num país de dimensões continentais foi e é utopia.”
Já Fabiano chutou o balde, e escreveu o ótimo comentário “Rastreabilidade: Querem espantar o pecuarista?”, em
http://www.pecuaria.com.br/info.php?ar=1&&ver=6536
Mais uma vez insisto em que temos que certificar a propriedade de origem, e não o animal. Insistir na identificação individual é tolice (ou esperteza demais).
Prezado Humberto,
Entendo sua insatisfação com o SISBOV e com os erros cometidos.
Mas quando digo que identificação individual e banco de dados central são pilares me baseio no que esta sendo implantado pelos principais paises produtores: USA, Canada, UE, Argentina, Uruguai, Paraguai, etc.
É verdade também que todos estes paises enfrentam dificuldades e resistencias que ainda precisam ser superadas. Mas não é abandonando estas premissas que solucionaremos nossos problemas, só os agravaremos. Para supera-los o que precisamos é mais debate com toda a cadeia, inclusos o comércio e os consumidores.
Acredito que foi justamente a falta de discussão prévia e exaustiva da cadeia na implantação do SISBOV que o Sr Cesário apontou com muita propriedade. Pela mesma razão escrevi:
“Mas como a implantação de um novo sistema de rastreabilidade demandará tempo e esforços consideráveis é importante que as discussões prévias da cadeia produtiva sejam exaustivas, pois não podemos correr o risco de errar novamente.”
Concordo ainda que o modelo de adesão voluntária é o mais adequado para nossa realidade. Tão pouco vejo como identificar e rastrear um rebanho do tamanho do nosso de uma hora para a outra.
Mas negar as novas exigências dos compradores / consumidores é incorrer no pior dos erros: o risco de perda destes mercados.
Att,