A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) de Mato Grosso do Sul suspeita que a ocorrência de febre aftosa no estado não estaria restrita à fazenda Vezozzo, em Eldorado (446 km de Campo Grande).
Na segunda-feira, técnicos da agência que investigam a origem do foco coletaram material para análise na fazenda Santo Antônio, em Japorã (464 km da capital), também no sul do estado.
O diretor-presidente da Iagro, João Crisóstomo Mauad Cavallero, afirmou que há indícios da enfermidade em outras fazendas e disse que essas propriedades, na mesma região, também serão investigadas.
Terça-feira à tarde, segundo Cavallero, o material coletado na Santo Antônio foi enviado a Belém (PA) para análise. O temor dos produtores é que a doença tenha infectado outros rebanhos na área.
No prédio da Iagro no município, técnicos montaram o quartel-general da operação de combate à aftosa. Além dos funcionários do órgão de sanidade, estão na cidade policiais militares e agentes do Dof (Departamento de Operações de Fronteira) da Polícia Civil.
Toda a região de Eldorado, que engloba os municípios de Japorã, Mundo Novo, Iguatemi e Itaquiraí, está cercada por barreiras sanitárias. Os carros que cruzam os bloqueios são pulverizados para evitar a disseminação da doença.
De acordo com o Mapa, oito estados já adotaram medidas para impedir a entrada de gado sul-mato-grossense: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
O governo de Santa Catarina, único estado reconhecido pelo governo como área livre de aftosa sem vacinação no país, proibiu o ingresso e a passagem de animais, produtos, subprodutos e materiais de multiplicação de todos os estados do país, com a exceção do Rio Grande do Sul.
São Paulo também proibiu o ingresso e o trânsito de animais, produtos e subprodutos vindos de Mato Grosso do Sul. Em nota oficial, o governo do Estado divulgou que, “caso [os animais] sejam encontrados em trânsito em território paulista serão apreendidos, sacrificados, cremados e enterrados no local mais próximo, a ser estabelecido e acompanhado pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado”.
Em Goiás, a Agrodefesa (Agência Goiana de Defesa Agropecuária) reforçou a fiscalização na fronteira entre os dois estados e também proibiu o ingresso de animais, produtos e subprodutos.
Segundo o gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Willian Vilela, o estado não recebeu nenhum animal da região interditada nos últimos 45 dias. “Estamos a uma distância de 570 km em linha da área do foco, mas, como Goiás tem uma fronteira seca com Mato Grosso do Sul, também reforçamos a fiscalização”, disse.
Fonte: Folha de S.Paulo (por Ana Raquel Copetti), adaptado por Equipe BeefPoint