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MS não recebeu verba federal para sanidade este ano

Embora tenha autorizado a Secretaria de Defesa Agropecuária a gastar R$ 91 milhões, a equipe econômica só liberou, até agora, R$ 30 milhões. O orçamento inicial previa despesas de R$ 167 milhões, segundo o Ministério da Agricultura. Devido à demora na liberação de recursos, Mato Grosso do Sul não recebeu nada dos R$ 3,5 milhões que o Ministério da Agricultura programava repassar em 2005 para a questão sanitária.

De 1999, ano em que havia sido detectado o último foco de febre aftosa no Estado, a 2004, Mato Grosso do Sul recebeu R$ 10,118 milhões do ministério.

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Maciel, disse que já está em andamento o processo de elaboração de convênios, mas é necessário aguardar as verbas. Segundo ele, há negociação para um volume de R$ 90 milhões extras de recursos para o Ministério da Agricultura, dos quais R$ 35 milhões iriam para a defesa agropecuária.

Assustados com a possibilidade de os países europeus e a Rússia suspenderem a compra de carnes do Brasil por causa da febre aftosa, os deputados da bancada ruralista foram ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, pedir a liberação urgente de recursos.

“Se não formos rápidos, ágeis e competentes, isso [o surto da doença] pode trazer prejuízos e desestruturação para pecuária brasileira”, afirmou o deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), presidente da Comissão de Agricultura da Câmara. “Há dois anos vimos batendo na tecla de que faltam recursos para controle sanitário. Mas, agora, estamos diante de uma situação emergencial”, criticou, ressaltando que o dinheiro liberado nos últimos anos para essa área foi irrisório.

Segundo o deputado, Palocci se comprometeu a liberar o que for necessário para resolver rapidamente o problema. “Não temos no Brasil um vírus ativo [da febre aftosa]. Esse veio do Paraguai. Quando acontece algo assim, nos enfraquecemos economicamente e nossos adversários comerciais podem usar isso contra nós”, disse o deputado Waldemir Moka (PMDB-MS).

Cinturão

Para evitar que isso aconteça, os parlamentares discutiram com o ministro a contratação de veterinários que atuariam na região afetada, ajudando a estabelecer um cinturão contra a expansão da doença. Além disso, querem o fechamento das fronteiras de Mato Grosso do Sul e a criação de uma comissão para atuar na Europa, especialmente na Rússia, para mostrar as providências tomadas.

A preocupação é que se repita o bloqueio de importações do Brasil como determinou a Rússia, no final de 2004, por causa de um surto da doença no norte do país.

“O Brasil anda numa linha perigosa em relação ao controle sanitário e isso foi levantado pela missão européia que esteve aqui há 15 dias. São uma vergonha os recursos que estão sendo liberados para defesa sanitária”, criticou o deputado Odacir Zonta (PP-SC).

Fonte: Folha de SP (por Fernando Itokazu e Sheila D’Amorim), adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Milton Minoru Ogsuko Chui disse:

    O foco de febre aftosa em Eldorado/MS mostra o quanto a nossa defesa sanitária é frágil. O governo federal deve começar a olhar com os bons olhos da necessidade de manter e estar sempre de prontidão para tal situação. Já imaginaram o prejuízo causado devido ao embargo à carne brasileira?

    Se estivesse o governo federal repassado recursos em tempo hábil e que tomasse a consciência de qual é a importância de manter a defesa sanitária animal em constante prontidão, talvez, neste momento, não estaríamos mandando agentes do MAPA para tentar reverter tal situação de exportação de carne como países que embargaram de imediato a importação da carne brasileira.