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MS perde R$ 280 mil por dia no setor do couro

Cerca de 25 mil animais são abatidos por dia em Mato Grosso do Sul, mas apenas oito mil peles são aproveitadas para industrialização. O Estado perde, por não investir na melhoria do couro, cerca de R$ 280 mil reais por dia. Os dados são da Fundação Cândido Rondon. “Se o couro fosse industrializado aqui mesmo poderíamos atender o mercado italiano”, sugere o pesquisador Francisco Bayardo.

Segundo ele, os criadores são conscientes da qualidade do couro obtido na região, mas a remuneração por um produto melhor é muito baixa. “Os pecuaristas alegam maiores despesas se forem investir em cuidados com ectoparasitas, cercas lisas (sem arame farpado), marcação nas extremidades (joelhos, pescoço, cara e canelas) ou uso de brincos para marcação e transporte adequado até o abate”, informa.

Abaixo da capacidade

Mato Grosso do Sul tem nove curtumes com capacidade de processar até 17 mil peles por dia, mas todos operam bem abaixo dessa capacidade, revela o estudo. A justificativa é de que há dificuldade na obtenção de peles para industrializar até a fase wet-blue. Os curtumes sul-matogrossenses processam apenas até essa fase, depois, o couro é vendido para outros Estados, principalmente Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, onde é feito o acabamento. Em seguida as peles são exportadas ou atendem às indústrias de calçados.

Segundo Bayardo, a limitação de curtimento que termina no couro wet-blue impede até mesmo que as indústrias calçadistas venham para Mato Grosso do Sul. “É necessária a proximidade com as indústrias de acabamento de couro para maior agilidade no processo de fabricação dos calçados”, disse. Ainda de acordo com sua avaliação, para atrair as indústrias de calçados, o Estado precisa realizar as outras fases de curtimento: semi-acabado e acabado.

Em 2001, foram abatidos 33 milhões de animais (bovinos) no Brasil, sendo mais de três milhões só em Mato Grosso do Sul.

Fonte: Campo Grande News (por Paulo Nonato de Souza), adaptado por Equipe BeefPoint

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