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MS pode criar corredor sanitário com o Paraguai

O Governo do Estado estuda a possibilidade de criar um corredor sanitário na Zona de Alta Vigilância (ZAV) na região de fronteira com o país vizinho, o Paraguai. A consulta sobre a possibilidade de "importação legalizada" de gado em pé da Província do Alto Paraguai para abate no Estado foi feita ao Ministério da Agricultura (MAPA) e também a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

O Governo do Estado estuda a possibilidade de criar um corredor sanitário na Zona de Alta Vigilância (ZAV) na região de fronteira com o país vizinho, o Paraguai. A consulta sobre a possibilidade de “importação legalizada” de gado em pé da Província do Alto Paraguai para abate no Estado foi feita ao Ministério da Agricultura (MAPA) e também a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Segundo a secretária de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, o MAPA e a OIE autorizaram, ainda extra-oficialmente, a criação do corredor. “Foi autorizada a entrada de 10 mil animais para abate no frigorífico Marfrig, em Porto Murtinho/MS, pois a implantação do corredor sanitário seria em caráter experimental”, informa ela ao esclarecer que a possibilidade ainda precisa ser oficializada, pois “para a importação acontecer de fato deve haver um consenso entre os governos Federal, do Paraguai e do Estado, sendo que o governo paraguaio ainda nem foi comunicado oficialmente”.

Ainda segundo Tereza, “a preocupação existe não só com relação aos produtores, mas também com a indústria e os empregados, a final são 400 pessoas em um município onde a situação já é sensível. Agora, não acredito que essa abertura possa trazer reflexos negativos a economia estadual, pois uma unidade frigorífica sozinha não tem capacidade de impor preço ao mercado”, sugere ela explicando que a “importação legal” traria maior segurança, pois assim poderemos acompanhar todo o processo. “Caso a parceria bilateral ocorra após o período experimental, isso será discutido em uma mesa de modo consensual”, reintera a Secretária.

Porém, ao contrário de notícias veiculadas na imprensa com relação ao assunto, a Superintendência Federal da Agricultura no Estado (SFA/MS) informou que até o momento não existe nenhuma solicitação oficial de importação de gado do país vizinho. Contudo, ainda que sem um comunicado oficial do MAPA, a SFA/MS esclarece que se houver tal demanda, a mesma transcorrerá normalmente, pois conforme explica o superintendente federal Orlando Baez, “o status sanitário de Mato Grosso do Sul e do Paraguai é o mesmo: ambos são livres da febre aftosa com vacinação”.

Baez esclarece ainda que não deve existir preocupação sanitária com uma possível comercialização de bovinos oriundos do Paraguai, pois a mesma, caso ocorra, deve obedecer um protocolo federal com procedimentos legais de importação onde questões como sanidade e tributos, por exemplo, são prioridades. “Todo o procedimento é acompanhado por fiscais federais e estaduais, desde o manejo para o embarque, transporte e desembarque final”, esclarece Baez ao indicar ainda que, nesse caso, um corredor sanitário é traçado para dar maior segurança ao processo.

Importação desagrada produtores

O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, João Lemos Monteiro, e da Acrissul, Francisco Maio, além de representantes do setor, pedem apoio ao Senado contra proposta de criação de um corredor sanitário para compra de gado do Paraguai.

O grupo discutiu o assunto com o senador Valter Pereira. (PMDB), presidente da Comissão de Agricultura do Senado, que ouviu as justificativas contrárias à importação de gado em pé do Paraguai para ser abatido nos frigoríficos da região de fronteira, especialmente pelo Marfrig de Porto Murtinho/MS.

João Lemos Monteiro diz que a maior reclamação é a concorrência desleal com carga tributária menor no Paraguai. “Enquanto aqui negociamos gado com tributos altíssimos, a importação de boi do Paraguai será feita com taxas de impostos pequenas”, explica sobre o prejuízo.

O risco sanitário, também é argumento utilizado contra a proposta. “Há uma desconfiança com relação ao controle sanitário no Paraguai. Em Mato Grosso do Sul nosso calendário de vacinação é rigoroso e cumprido dentro do prazo. No Paraguai, as notícias que temos é que de a vacinação está atrasada e ainda não atingiu a segunda etapa”, alertou Chico Maia, da Acrissul.

Depois da conversa, o máximo que os produtores rurais do Estado conseguiram do senador foi um conselho. “Vocês precisam ouvir as razões do governador e ele precisa ouvir as preocupações da classe produtora”, recomendou Valter Pereira.

As informações são do Só Notícias e do Campo Grande News, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Antonio Pereira Lima disse:

    Se isto for confirmado, será um ato de irresponsabilidade e uma total falta de respeito com o produtor do MS e de todo o Brasil, principalmente para o produtor que faz parte da Zona de Alta Vigilância (ZAV), que vem sofrendo discriminação à comercialização de animais, quarentenas, brincos, vacinações diferenciadas com acompanhamento integral. Quem está fora da ZAV não quer saber de negócio com quem esta dentro, um verdadeiro caos, mas de acordo com o governo, um sacrifício nescessário.

    Demorou para convencer os produtores, agora vem o Ministério dizer que o status entre Paraguai e Brasil é o mesmo! Prá que ZAV?

    Não podemos admitir esta catástrofe com uma explicação medíocre de salvar 400 empregos, os produtores aqui do MS não aguentam mais, ou nós viramos a mesa agora ou continuaremos capachos de uma incompetência crônica de administração pública, que não consegue enxergar o verdadeiro perfil deste estado que é o agronegócio.

    Todos os produtores brasileiros serão prejudicados, portanto pedimos a todos que se manifestem contra esta atitude, vamos começar a nos unir.

    Um abraço

  2. Antonio Silvio Abeid Moura ( Silvio Moura ) disse:

    Amigos produtores, mandem esta noticia aos seus conhecidos. Depois encaminhem vossa solicitação aos seus representantes na Câmara, no Senado, etc.
    Isso aqui não é um País sério! Antonio Pereira Lima fez sua parte nos alertando. Façamos a nossa!

  3. Hans Nagel disse:

    Agradeço e concordo com Sr. Antonio Pereira Lima.
    Para os petistas isto seria um repetido achado ,colocando o Estado mais uma vez sob uma Aftosa politica durante tres anos. Nossos Politicos não conhecem limites quando esta em jogo a eleição.
    Se diminui a oferta de gado para o abate, e por tanto de carne, é pela burrice dos mandatarios e a mafia dos frigoríficos , que não enchergam para frente, e possives resultados negativos pela sua má conduta.
    Por tanto Sr Governador : Nem pensar em aceitar o Boi do Paraguay. O prejuiso vai ser o seu tamben, com bem menos dinheiro do imposto, agora e no futuro.

    Atenciosamente
    Hans Nagel

  4. mario whately thompson disse:

    Concordo com o Antonio Pereira Lima – Tonhã – de que essa medida, se realmente for efetivada, será um tapa em todos os pecuaristas de Mato Grosso do
    Sul.

    Essa medida do goverrnador leva a entender que o contrabando está oficializado?

    Também quero comprar garrotes no Paraguai e trazer para o Brasil. Será que isso será autorizado.

    Pelo desmando que está ocorrendo no nosso país, acredito que sim. Infelizmente como já disse, as entidades de classe dos pecuaristas, deveriam ser mais atuantes
    Espero que essa idéia idiota não venha a vingar.
    Pergunto: para que a ZAV?
    Att.
    Mario Whately Thompson
    Campo Grande/MS