Pressionado pelo setor produtivo, que amarga baixos preços na arroba bovina, o governo de Mato Grosso do Sul adiou decisão que pretendia adotar em abril, permitindo a entrada de animais paraguaios para abate em frigoríficos de Ponta Porã e Porto Murtinho.
O secretário de Produção e Turismo, Dagoberto Nogueira, pretendia autorizar a entrada dos animais em pé do país vizinho ainda durante a Expogrande, mas o setor produtivo reagiu.
Na sexta-feira o presidente da Famasul (Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul), durante avaliação do tratoraço no auditório da entidade, consultou os presentes sobre quem concordava com a entrada de bovinos paraguaios para serem abatidos em Mato Grosso do Sul. Ninguém foi favorável.
A preocupação do setor está relacionada aos preços que historicamente são mais baixos no Paraguai, o que poderia impactar de forma negativa no mercado interno. Isso em um momento em que arroba, que já atingiu no início deste ano R$ 61, está valendo R$ 48.
Dagoberto sustentou, por outro lado, que a medida seria válida para abate nos frigoríficos de Porto Murtinho e Ponta Porã, que precisam de boi para abater e com isso assegurar 400 empregos que cada um deles gera. “Essas unidades não afetariam o preço no mercado de Mato Grosso do Sul. Mas propus ao Paraguai dar um tempo para essa negociação”, disse.
Além disso, segundo ele, o Paraguai tem mostrado interesse na compra de animais de genética de Mato Grosso do Sul durante a feira de Assunção que ocorre em agosto. Daí a importância de melhorar as relações comerciais.
Em recente reportagem divulgada pelo jornal paraguaio ABC Color, o presidente da Associação Rural do Paraguai, Alberto Soljancic, disse que o Brasil e Argentina estão violando os convênios de livre comércio quando proíbem entrada de animais em pé ou em forma de embriões, uma vez que o Paraguai tem o mesmo status que esses dois.
Fonte: Campo Grande News (por Fernanda Mathias), adaptado por Equipe BeefPoint