Após duas reuniões realizadas com mais de trinta produtores rurais, o vice-presidente do Sindicato Rural de Iguatemi, José Roberto Felipe Arcoverde, resolveu pedir ao governo estadual de Mato Grosso do Sul para que tome medidas visando garantir a realização do trabalho de vacinação do rebanho bovino contra a febre aftosa. O receio dos pecuaristas é quanto a novas invasões e/ou represálias de indígenas nas propriedades próximas à Aldeia Porto Lindo ou nas 14 propriedades em litígio, entre brancos e índios guaranis.
No ano passado, nessa mesma época, o rebanho de 14 propriedades invadidas na região de Japorã ficou sem vacinação. Os pecuaristas só conseguiram vacinar o gado bem mais tarde, fora do período de campanha, com ajuda da Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).
Os pecuaristas temem que alguns compradores de gado oriundo do Paraguai, não tenham cuidado e adquiram reses sem vacinação, levando estas cabeças a serem misturadas ao rebanho brasileiro. “É questão até de soberania nacional. Será que as autoridades não enxergam isso?”, indaga Arcoverde.
Na avaliação dele, o índio está sendo manipulado por forças externas, inclusive internacionais, que têm interesse em desestabilizar o agronegócio brasileiro. “Nós acabamos reféns da situação, pois nos faltam apoio político e amparo da lei. Acabou a tranqüilidade, acabou a segurança”, desabafa o sindicalista.
O vice-presidente do Sindicato Rural de Iguatemi disse ainda que os produtores não podem mais tolerar invasões. “Se quiserem discutir o assunto na Justiça, tudo bem. Invadir nossas propriedades e nos tirar o direito à liberdade dentro do que é nosso, que foi comprado e pago com nosso suor, isso não vamos tolerar”.
Os produtores estão se organizando para cobrar agilidade do Congresso na votação da lei que permitiria a indenização da terra nua aos proprietários, caso haja desapropriação. Hoje, a lei só permite à União indenizar as benfeitorias realizadas nas propriedades.
Fonte: Correio do Estado/MS, adaptado por Equipe BeefPoint