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MST ameaça invadir áreas produtivas

Desencantados com a atitude do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que parece cada vez menos disposto a cumprir a promessa de atualizar os índices de produtividade rural no País, os líderes do Movimento dos Sem-Terra (MST) planejam mudanças em suas táticas. Estudam a realização de uma jornada de ocupação de propriedades produtivas.

Desencantados com a atitude do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que parece cada vez menos disposto a cumprir a promessa de atualizar os índices de produtividade rural no País, os líderes do Movimento dos Sem-Terra (MST) planejam mudanças em suas táticas. Estudam a realização de uma jornada de ocupação de propriedades produtivas.

O argumento do MST é que o governo, ao postergar a atualização dos índices com receio das reações da bancada ruralista no Congresso, desrespeita a Constituição e outras leis que tratam do assunto. “Se o governo, os empresários rurais e os seus representantes acham que o caminho ideal é o não cumprimento das leis que preveem a atualização dos índices, isso nos dá o direito de descumprir a lei que impede a ocupação de propriedades produtivas”, disse ontem João Paulo Rodrigues, porta-voz da coordenação nacional do movimento.

“Ao impedir o debate sobre desapropriação de propriedades produtivas, a bancada ruralista está montando uma arapuca para os próprios empresários rurais. Nós podemos pôr em andamento uma jornada de ocupação das chamadas terras produtivas”, continuou o porta-voz do MST. “A reação à atualização dos índices é ideológica, pois não altera grande coisa. O governo prometeu mudar, mas diante da reação, especialmente do PMDB, ficou assustado e recuou, deixando de cumprir o que está determinado na Constituição do Brasil.”

Na opinião do líder dos sem-terra, o presidente Lula perdeu uma oportunidade histórica. “Lula, que vai sair do governo como o presidente que não fez a reforma agrária prometida, perdeu a oportunidade de sair como o presidente que teve a coragem de atualizar os índices, após mais de trinta anos de espera”, afirmou.

A Executiva Nacional do PT divulgou ontem uma nota afirmando que a atualização dos índices é “legal e necessária”. A nota defende a proposta de novos índices encaminhada dias atrás ao presidente Lula pelos ministros Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência, e Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, mas não faz nenhuma referência às indecisões do governo sobre o assunto. Chega a dar a impressão de que a mudança já ocorreu.

“O anúncio da atualização dos índices, feito pelos ministros Luiz Dulci e Guilherme Cassel, foi uma decisão amadurecida e calcada em fundamentos exclusivamente técnicos e legais”, diz o texto. “O governo Lula prioriza o combate à pobreza e às desigualdades e não discrimina os setores produtivos, ao contrário, estimula o seu crescimento e melhor desempenho. A medida se reveste de justiça e legalidade, constituindo-se em mais um resgate social do governo Lula.”

Os ministros do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e da Agricultura, Reinhold Stephanes, devem se encontrar nos próximos dias para tentar encontrar uma solução que agrade tanto aos sem-terra e aos ruralistas.

A matéria é de Roldão Arruda, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint.

0 Comments

  1. Antonio José Sader Khouri disse:

    Eu não sei como o governo ainda trata estes baderneiros e foras da lei do MST como movimento social legítimo;eles andão por ai fazendo ameaças e terrorísmo com quem realmente trabalha e o governo usa dos nossos impostos para sustentar estes desocupados.
    É hora de toda sociedade de bem se revoltar e enfrentar com as mesmas armas esta “gente”.

    Antonio José

  2. Paulo Cesar Bassan Goncalves disse:

    E por falar em índices de produtividade basta comparar a resposta do Brasil agropecuário à famigerada crise ao desempenho do resto do pais. Aliás esta questão de determinar quanto uma empresa deve produzir por decreto não passa de uma aberração, anomalia bestial, deformidade de um sistema que não sabe para que lado vai. Não podemos permitir tais imbecilidades. Se necessário for que se mude a Constituição, pois nenhuma constituição torna o mundo quadrado. O mundo é redondo e gira.
    Chegou a hora da nossa comunidade dizer adeus a estas idéias fossilizadas e mumificadas do século passado. Lembrem-se que os dinossauros foram extintos porque não se adaptaram às transformações.

  3. Orlando Vieira de Figueiredo Silva disse:

    Acho que teremos de nos aproveitar e fazer cumprir realmente a Lei, pois vemos inumeros assentamentos improdutivos, que por Lei teriam que ser novamente redirecionados, a quem realmente quer produzir, por que não fazer estas terras, assentadas por estes que dizem querer trabalhar na TERRA.
    Pena que isso é quase impossivel, mas o Governo deveria emprestar a Terra e não doar, pois somente assim iria lá quem quer realmente trabalhar, e aqueles que estão lá pra comercializar, ficariam de fora.
    Isso sim seria aplicar a LEI.

  4. roney domingues fernandes disse:

    Proximo a minha propriedade,na regiao de campo grande ms, foi vendida uma fazenda para o incra para fins de reforma agraria,tudo amigavelmente. Para os assentados entrarem no lote levou mais ou menos tres anos.Hoje ja existe 30%dos lotes abandonados,em termos de producao nem para subsistencia. Ate quando esse idiotas irao continuar com esse sistema falido de reforma agraria.

  5. João Pires Castanho disse:

    Este pais esta virando terra de ninguem, daqui a pouco o MST vai querer assumir a presidencia do pais também.