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MST intensifica invasões em SP

Um dia após liderar uma série de invasões no interior paulista, o dirigente sem-terra José Rainha Júnior elogiou iniciativas do governo de São Paulo, mas não descartou ampliar as ações na região do Pontal do Paranapanema, principal foco de conflito agrário no Estado. O líder sem-terra chamou a mobilização de "janeiro quente". "E, se precisar, vem mais por aí", afirmou.

Um dia após liderar uma série de invasões no interior paulista, o dirigente sem-terra José Rainha Júnior elogiou iniciativas do governo de São Paulo, mas não descartou ampliar as ações na região do Pontal do Paranapanema, principal foco de conflito agrário no Estado.

Segundo Rainha, grupos ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a organizações como Uniterra e MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra) invadiram 37 fazendas desde a semana passada no interior de SP.

A Folha, no entanto, procurou comandos da Polícia Militar no interior, que confirmaram apenas nove invasões e três acampamentos. O comando da PM no Estado não se pronunciou.

O líder sem-terra chamou a mobilização de “janeiro quente”. “E, se precisar, vem mais por aí”, afirmou.

Além do Pontal do Paranapanema (extremo oeste do Estado), também foram alvos fazendas na região de Araçatuba/SP.

Na semana passada, lideranças sem-terra ligadas a José Rainha se reuniram com a secretária estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania, Eloísa de Souza Arruda, para discutir uma pauta de reivindicações.

Rainha, que não participou do encontro, disse estar “esperançoso” com o governo de Geraldo Alckmin, do PSDB – partido que tradicionalmente é alvo de críticas dos sem-terra. “O governo Alckmin está sinalizando para o diálogo. Isso nos dá esperança”, disse. O dirigente acusou o antecessor de Alckmin, José Serra (PSDB), de não receber lideranças.

Em carta divulgada após as invasões, o grupo de Rainha afirmou apoiar a presidente Dilma Rousseff, que chamaram de “mulher trabalhadora”.

No interior de SP, segundo a PM, não foram registrados confrontos durante as últimas ações dos sem-terra. Os manifestantes dizem que o número de famílias mobilizadas chega a 5.000.

Na semana passada, o MST iniciou uma série de protestos na Bahia – quatro prefeituras do interior foram invadidas pelo movimento.

Segundo Rainha, um dos objetivos da série de invasões em São Paulo é reivindicar reforma agrária em um conjunto de áreas na região de Teodoro Sampaio, que já foram consideradas públicas pelo Superior Tribunal de Justiça.

Para ele, o governo estadual precisa buscar um entendimento com a União para adquirir áreas invadidas e assentar 8.000 famílias, acampadas no interior.

Após o encontro com líderes sem-terra, a secretária Eloísa Arruda disse que destacaria um procurador do Estado apenas para acompanhar processos referentes a terras devolutas (públicas, mas griladas), como forma de acelerar a tramitação. Ela também disse que se reuniria com lideranças ruralistas.

A matéria é de Guilherme Voitch, publicada na Folha de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

3 Comments

  1. Márcio Cotini disse:

    Como devem ser tratadas as manifestações de invasão?
    eu disse invasão…com dialogo?ou o dialogo é antes da ação….como pode em um país sério o governo conversar com infratores da lei e da ordem, ou seja,primeiro você comete um delito e depois quer ter direito a tratar da sua situação(claro se não eu faço tudo de novo).
    isso é um absurdo,tem que ser feito igual no morro do alemão…vamos acabar com as melícias….reforma agrária é coisa séria, mas é para quem produz no campo.

  2. José de Barros Vieira disse:

    “Janeiro quente” ….?!?!?! Lamentável a citação do Sr. José Rainha, assim como a ameaça que se segue, que zomba do estado de direito.

  3. Gustavo Costa Tiveron disse:

    Não sei o que este sujeito, o “tal” José Rainha, esta fazendo fora da cadeia! É o maior desordeiro que existe em nosso país! Com um tipo desse não se conversa! Tem que colocá-lo atrás das grades e também outros que participam de ações criminosas.
    Reforma agrária é coisa muito séria pra ficar se tratando assim.

    Quando começarmos a punir exemplarmente quem comete esse tipo de delito, vamos diminuir bem essas invasões vergonhosas, que muitas das vezes são em fazendas que nada tem com a reinvidicação…..