Ainda que as estatísticas oficiais não revelem, o aumento da demanda da Rússia já sustenta os preços das carnes brasileiras, principalmente de aves e suínos. Fontes da indústria relatam incremento nos preços em dólar dos produtos destinados àquele país desde que Moscou anunciou que mais de 80 novos estabelecimentos de carnes (de frango, suína e bovina) do Brasil poderiam vender à Rússia, em 8 de agosto.
O preço da arroba do boi gordo e da vaca gorda fechou a semana relativamente estável, valorizando 0,17% e 0,05%, respectivamente.
• A escala de abate novamente apresentou queda, devido ao baixo volume de oferta de gado terminado.
• O preço do contrato futuro para outubro/14 registrou alta de 1,27% em relação à última semana, sendo um dos possíveis motivos a divulgação do relatório do USDA, que apontava uma menor oferta de gado.
• Todos os equivalentes registraram queda nessa semana, puxados pela leve queda de preços da carne com osso no atacado.
Apertou a margem: Depois de registrar em julho/14 o pior nível desde setembro/08, a margem de lucro da indústria se recupera no mês de agosto/14 e volta ao patamar dos 18%. Considera-se para o cálculo dessa margem a diferença entre o ECD (Eq. couro + cortes desossados + coprodutos) e o preço pago pela indústria na arroba do boi gordo ao produtor.
O ano de 2014 tem se mostrado pior para as indústrias frigoríficas mato-grossenses na comparação com os últimos anos, pois em todos os meses foi registrada margem abaixo da média histórica, que é de 24,31%.
No cálculo dessa margem não são levadas em consideração as exportações, que se mantêm firmes este ano, e podem estar garantindo relativa rentabilidade. Dado a isso, ao que tudo indica o ciclo da pecuária está se invertendo no ano de 2014, beneficiando agora os bovinocultores de corte e tornando a vida das indústrias um pouco mais difícil.