Os dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) sobre o abate estadual de bovinos em janeiro indicam que o descarte de matrizes atingiu o nível mais alto para o mês nos últimos três anos. Segundo os analistas do Imea, o aumento no descarte de fêmeas pode ser explicado pelo aumento de "vacas vazias" (não prenhas) neste período do ano. Os analistas atribuem o baixo índice de prenhez à forte seca que atingiu o Estado no ano passado, reduzindo a disponibilidade de pastagens.
Os dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) sobre o abate estadual de bovinos em janeiro indicam que o descarte de matrizes atingiu o nível mais alto para o mês nos últimos três anos. Os dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em seu boletim semanal sobre a pecuária de corte mostram que foram abatidas 159 mil matrizes em janeiro, volume 24% acima do observado em igual período do ano passado. O abate total atingiu 382 mil cabeças, volume 1,05% superior ao mesmo período do ano anterior, quando foram abatidas 378 mil cabeças.
Segundo os analistas do Imea, o aumento no descarte de fêmeas pode ser explicado pelo aumento de “vacas vazias” (não prenhas) neste período do ano. Os analistas atribuem o baixo índice de prenhez à forte seca que atingiu o Estado no ano passado, reduzindo a disponibilidade de pastagens. Eles chamam atenção para o fato de que, no início do ano passado, a vaca era vendida por R$ 63,31/@, enquanto no mês passado a cotação estava R$ 83,03/@, registrando aumento de 31%. A participação das fêmeas no total abatido passou de 34% em janeiro do ano passado para 42% no mesmo mês deste ano.
O diretor superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, considera prematuro avaliar o impacto do descarte de matrizes na recomposição do rebanho e na oferta futura de animais prontos para abate, que pelas projeções do Imea só deve aumentar em 2013. Ele diz que, além da estiagem, outro fator que provocou problemas nas pastagens foi a alta incidência de cigarrinha. Vacari argumenta que o aumento do descarte tem um aspecto positivo, pois os criadores irão substituir as “vacas vazias” por matrizes de melhor padrão genético.
Os preços do boi gordo no mercado mato-grossense subiram R$ 1,17 na semana passada, cotados a R$ 92,01/@. As regiões que registraram as maiores altas de preços na semana passada foram oeste e noroeste, onde os frigoríficos enfrentam problemas para retirar os animais das fazendas, por causa das péssimas condições das estradas. Luciano Vacari diz que as altas não se devem apenas a problemas no escoamento. Segundo ele, os preços estão sustentados pela baixa disponibilidade de animais prontos para abate e devem se manter em alta ao longo deste ano.
As informações são da Agência Estado, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Acredito que o aumento do numero de vacas vazias após a forte seca de 2010 explique sim parte da elevação da participação de vacas no total de abates do estado. Mas notem também que enquanto a arroba da vaca gorda subiu cerca de 30% em um ano o preço dos bezerros não acompanhou. E isto obviamente desestimula a retenção de matrizes.
Dentro de níveis normais os abates de matrizes não afetam a oferta futura de bezerros pois há reposição com femeas mais jovens e possivelmente mais produtivas (se houver melhoramento genético do rebanho). E lógico que ainda não podemos falar de impactos de médio e longo prazo na oferta futura de bezerros a partir da análise dos abates de femeas de um mês ou dois. Porém se mantidos indices de abate de femeas parecidos com os de janeiro, que esta bem acima da média, certamente teremos falta de bezerro no futuro.
Acredito que algo semelhante pode ter acontecido em todos os estados do centro-oeste. Vamos acompanhar.