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MT: abate indiscriminado de matrizes reduziu rebanho

O abate indiscriminado de matrizes no período da crise refletiu diretamente na produção de bezerros e na expansão do rebanho bovino. "Hoje estamos sentindo os reflexos dessa matança de vacas, pois falta bezerro para reposição e o rebanho diminuiu", aponta o vice-presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Estado, José João Bernardes. Segundo ele, o abate de fêmeas chegou a 50%, ante uma média histórica nacional de 23%.

O abate indiscriminado de matrizes no período da crise refletiu diretamente na produção de bezerros e na expansão do rebanho bovino. “Hoje estamos sentindo os reflexos dessa matança de vacas, pois falta bezerro para reposição e o rebanho diminuiu”, aponta o vice-presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Estado, José João Bernardes. Segundo ele, o abate de fêmeas chegou a 50%, ante uma média histórica nacional de 23%.

O pecuarista e ex-presidente da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), Jorge Pires de Miranda, conta que os pecuaristas adotaram a alternativa de aumentar o volume de abate de matrizes como forma de gerar renda para manter a propriedade.

Em 2005, de acordo com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o abate de matrizes oscilou em uma faixa entre 35% e 40% do total. Em 2000, a média de abate de fêmeas era de 26%. O índice caiu para 22,7% em 2001 e depois aumentou ano a ano, chegando a 24% em 2002, 31% em 2003, 34% em 2004 e beirando 40% em 2005. Em alguns Estados, como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, esse índice chegou a 50%.

Em 2004, o rebanho bovino mato-grossense atingiu cerca de 26 milhões de cabeças, sendo abatidos cerca de 3,2 milhões de animais. Em 2005, o rebanho aumentou para 26,85 milhões de animais, com o volume de abates chegando a 5 milhões de reses. Em 2006, o rebanho atingiu seu recorde – cerca de 28 milhões de cabeças – mas no ano passado acabou sofrendo uma redução de 5%. Hoje o rebanho cadastrado gira em torno de 26,5 milhões de cabeças.

O diretor executivo da APR, Paulo Resende, diz que os pecuaristas foram obrigados a descartar matrizes para sobreviver. “Todos sabem que isso só ocorre em casos extremos. E os pecuaristas não encontraram outra alternativa”. As informações são do Diário de Cuiabá.

0 Comments

  1. Walker Diogenes Ricarte disse:

    Era de se esperar que este episódio no cenário da pecuária do MT, assim como em demais estados, fosse acontecer. Com as varias oscilações que o setor passou como aftosa no Mato Grosso do Sul, a questão da rastreabilidade, onde os frigorificos estavam pagando os mesmos valores para femeas rastreadas e não rastreadas no ano passado, estava garantido uma elevação na taxa de abate das fêmeas.

    Observa-se que toda vez que o setor da pecuária de corte sofre algum abalo, como restrições às exportações e demais impactos, espera-se um aumento no abate de femeas, uma vez que se tem mais liquidez com as mesmas, se comparado ao tempo para terminar um macho (acabamento), ou seja o custo para terminar a fêmea é menor e põe o produtor na “saia justa”, obrigando-o a sacrificar as “formas de bois”.

    Refletindo no que a materia nos informa! É necessario medidas urgentes para retenção de matrizes e equilibrio no saldo nacional de animais, pois está ruim para quem termina, porque bezerro – bom – virou garimpo aqui no Mato Grosso!

  2. darte ferraciolli disse:

    Com a visão da “pecuária empresarial”, houve aumento significativo na produção de bezeeros, redução do tempo de abate através do emprego de pastagem e suplementação adequada, isso comcomitante com o melhoramento na genética fez com que houvesse um aumento no estoque de gado das fazendas, maior oferta de animais prontos para abate, o que junto com os casos de aftosa, culminou na desvalorização acentuada tanto de bezerros como de matrizes e bois para abate. A única opção do pecuarista para não parar a atividade foi abater as fêmeas.

    Hoje sabemos que quem comanda o jogo são os pecuaristas, pois foi só diminuir a oferta que os preços dispararam mesmo sem a tão falada UE.

    Então podemos tirar como conclusão que não adianta nada ter o maior rebanho, o jogo funciona como uma balança, ou as indústrias frigoríficas pagam o que é justo ou não terão animais para abaterem.