Com o movimento de recuperação do valor do boi gordo a partir de 2010, o mercado do gado de reposição se beneficiou desta alta, com a demanda da atividade de engorda em 2011 dando sustentação para o aumento do preço do gado magro.
O ano de 2011 foi mais um dos anos em que a cadeia da pecuária de corte foi “salva” pelo apetite do consumidor do mercado interno, sendo este sustentado em grande parte pelo aumento de renda por parte das classes C e D, mantendo firme a demanda pela proteína animal.
E foi essa demanda nacional que aliviou o impacto com a redução do volume de exportações de Mato Grosso, em grande parte atribuída à barreira da entrada da carne do Estado no mercado russo a partir de julho, sendo este o principal comprador da carne bovina local no mercado internacional até então.
Esse menor envio pelos exportadores foi, de certa maneira, compensado pela valorização da carne no mercado internacional, gerando uma receita recorde. A recuperação do ritmo dos abates em Mato Grosso, que neste ano devem chegar à casa de 4,7 milhões de cabeças, foi de sobremaneira sustentada pelo aumento da oferta de fêmeas para descarte neste ano.
A boa expectativa gerada no mercado no início do ano com relação à cotação do boi gordo, ainda reflexo do pico de preço alcançado entre outubro e novembro de 2010, acabou se confirmando no primeiro semestre. No entanto, a expansão da oferta proveniente de sistemas intensivos e semi-intensivos pressionou para baixo a arroba no 2º semestre.
Oferta e demanda
O cenário encontrado pelos pecuaristas de Mato Grosso em 2011 foi de uma arroba do boi gordo que seguiu valorizada em um primeiro momento, porém, cedendo à pressão dos compradores a partir de maio. Com isso, a arroba do boi gordo que trabalhava na casa dos R$ 91,50, foi para a casa dos R$ 88,00/@ em maio.
Com um aumento da oferta de machos para o abate, a cotação seguiu pressionada, não obtendo fôlego suficiente para uma recuperação nos valores. As escalas de abate dos frigoríficos do Estado, nos primeiros seis meses do ano, foram pela grande participação de fêmeas, com a oferta das matrizes representando 49,6% do total.
Somente no mês de novembro, quando a oferta de bois terminados gerou alguma dificuldade para os frigoríficos, a arroba registrou seu pico na entressafra, porém com a média mensal ainda abaixo da registrada nos primeiros três meses do ano. Já em dezembro, a pressão voltou a ser exercida sobre o mercado do boi gordo com a cotação retornando para a casa dos R$ 89,00/@.
Preços da semana
Nesta semana, o mercado da arroba do boi e da vaca gorda à vista registrou queda para todo o Estado. O boi ficou com média de R$ 87,70/@, com desvalorização de 2,14% com relação à semana anterior. Seguindo o ritmo de queda, o preço médio semanal da vaca caiu 1,93%, ficando nos R$ 82,79/@.
Noroeste: na porção noroeste do Estado a arroba caiu 2,47% com relação à semana passada, registrando média de R$ 87,27. Essa queda representa variação negativa de R$ 2,21/@.
Norte: encerrou com média de R$ 88,63/@. Isso significa queda de 1,65% com relação à semana precedente, sendo que isto representa R$1,49/@ a menos do que na média da semana anterior.
Nordeste: o preço médio semanal comercializado pela arroba do boi gordo à vista nesta região ficou com média de R$ 86,92/@. Esse preço registrou queda de 1,98% com relação à semana passada, quando a arroba estava com média de R$ 88,67/@.
Médio-Norte: esta região apresentou desvalorização no preço da arroba de 2,00%. O preço médio terminou em R$ 88,24/@, variando em R$ 1,80/@.
Oeste: com queda no preço médio de R$ 2,33, a arroba do boi gordo à vista nesta semana ficou em R$ 87,15, com recuo de 2,60% frente à média anterior. Aqui foi registrada negociação com a arroba sendo comercializada a R$86,00 em Pontes e Lacerda.
Centro-Sul: nesta parte do Estado a arroba apresentou baixa em seu preço comercializado de 2,23%, encerrando a semana cotada a R$ 88,23. Em Cáceres houve registro de negócios com a arroba a R$ 86,00/@, na última quinta-feira, dia 15 de dezembro.
Sudeste: a média semanal do preço comercializado pela arroba do boi na parte sudeste do Estado ficou em R$ 87,94, registrando queda de 2,05%, representando R$ 1,84/@ a menos que na média semanal anterior, quando a arroba estava cotada a R$ 89,79.
Reposição
Com o movimento de recuperação do valor do boi gordo a partir de 2010, o mercado do gado de reposição se beneficiou desta alta, com a demanda da atividade de engorda em 2011 dando sustentação para o aumento do preço do gado magro.
A valorização do boi magro em 17,6% foi superior ao aumento médio de 15,4% no preço pago pela arroba do boi gordo em Mato Grosso. Outras categorias como o garrote e a vaca magra também apresentaram um expressivo aumento, com valorização de 10,8% e 12,9%, respectivamente.
Essa maior atenção para as atividades de engorda, fez com que os preços das fêmeas registrassem uma menor valorização em relação aos demais. A bezerra de desmama (8 meses) e a bezerra de 12 meses registrando alta de 3,9% e 4,1%, respectivamente.
Fonte: Relatório semanal do IMEA, adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Gostaria de saber, quanto tempo leva um boi magro com caixa de 15 arrobas e comprado com 10 arrobas, para recuperar num pasto bom.
Luis Fernando Amazonas
lfamazonas@bol.com.br