A chegada da entressafra, marcada pela redução dos estoques de gado confinado em Mato Grosso do Sul e São Paulo, fez o preço da arroba do boi gordo sofrer nova alta em Mato Grosso. Na sexta-feira, a arroba estava cotada por até R$ 57 nas áreas aptas às exportações.
A escala de abate nos frigoríficos, que oscilava entre 30 e 45 dias, caiu em média para cinco dias. Mas os preços nas áreas conhecidas como zona tampão não sofreram alterações, ficando no patamar de R$ 47.
O coordenador da pecuária da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado), Luís Carlos Meister, disse que a escassez de boi gordo para abate na região Centro-Oeste já estava prevista antes mesmo do período da estiagem. “Este ano houve menor quantidade de animais confinados devido aos custos de produção e à baixa cotação da arroba. Agora esta redução começa a se refletir na oferta, impulsionando os preços e equilibrando o mercado”, avaliou.
Segundo o presidente do Sindifrigo (Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado), Milton Bellicanta, o volume de abate está dentro das expectativas dos frigoríficos. Ele disse não ter conhecimento de que frigoríficos de outras regiões estejam se deslocando para Mato Grosso para ocupar espaços deixados por grandes exportadores, como São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, devido aos embargos impostos com o surgimento de focos de febre aftosa.
O presidente da Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso), Jorge Pires de Miranda, informou que no ano passado foram abatidos 5,2 milhões de animais no estado e para este ano a expectativa é de que este número seja ultrapassado. “Mas há estoque suficiente de gado e o abastecimento está garantido”, assegurou. Pires lembrou que, apesar da reação dos preços da arroba do boi, os pecuaristas matogrossenses ainda estão em situação difícil.
Os preços atuais da arroba alcançaram os patamares de setembro e outubro do ano passado, quando chegou a ser vendida por até R$ 57. Meister acredita que os preços da arroba continuarão a trajetória de recuperação, podendo chegar a R$ 60 até o final do ano “devido à escassez de carne no Centro-Sul do país”.
Fonte: Diário de Cuiabá/MT, adaptado por Equipe BeefPoint