Tendo em vista o revés na pecuária mato-grossense em 2009, a Comissão de Pecuária de Corte da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) iniciará no mês de março o Fórum de Discussões sobre a Cadeia Produtiva da Pecuária para 2010. Entre os principais assuntos estão a baixa dos preços, a crise e os imbróglios nos planos de recuperação judicial dos frigoríficos.
Tendo em vista o revés na pecuária mato-grossense em 2009, a Comissão de Pecuária de Corte da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) iniciará no mês de março o Fórum de Discussões sobre a Cadeia Produtiva da Pecuária para 2010. Entre os principais assuntos estão a baixa dos preços, a crise e os imbróglios nos planos de recuperação judicial dos frigoríficos.
“O objetivo é traçar um panorama do que vem pela frente porque o que ficou para trás já nos trouxe muitos transtornos. Vamos analisar, por exemplo, os principais fatores que ocasionaram a desvalorização de 10% na arroba do boi em relação a 2008. Portanto estaremos nas principais regiões do estado no intuito de municiar o produtor de informações para que ele não seja prejudicado novamente”, disse o presidente da Famato, Rui Prado.
No ano passado, com associações de empresas frigoríficas, a estrutura industrial do estado sofreu significativas alterações, o que resultou no fechamento do ano com 16 plantas inativas, sendo seis plantas de menor porte, mas que também impactaram na capacidade total de abate no estado.
“Hoje 37% da capacidade de abate no estado está comprometida. As regiões Noroeste e Nordeste mostram bem os reflexos da crise no setor: a primeira teve 76% da capacidade prejudicada, enquanto que na segunda 86% do abate foi suspenso”, salientou Prado.
Com a junção do JBS/Friboi e Frigorífico Bertin, o grupo se tornou responsável por aproximadamente 32% dos abates em Mato Grosso, com cerca de 12.266 cabeças por dia, diante de uma capacidade total de abate de 37.817 animais nos frigoríficos com inspeção federal. Antes da fusão e arrendamento de novas unidades, o frigorífico tinha uma capacidade de abate de 4.737 animais por dia.
Em relação aos processos judiciais, Marcos da Rosa, conta que em 2009 participou de mais de 10 assembleias de credores representando pecuaristas mato-grossenses nos casos dos frigoríficos Independência, Quatro Marcos, Margen e Arantes, sendo que neste último participou de mais de 18 reuniões no interior de São Paulo, onde corre o processo. Somando os valores devidos aos pecuaristas pelos quatro grupos, o montante chega a cerca de R$150 milhões.
“Tivemos muito trabalho, no entanto poucos foram os resultados favoráveis. Na maioria das vezes nos deslocamos para acompanhar as reuniões e assembleias e o que houve foi descaso total com os pecuaristas que na maioria dos casos ficaram reféns da avaliação dos bancos para aprovarem os planos. É preciso também que os bancos avaliem melhor a forma de empréstimos para não prejudicar toda a cadeia”.
Para a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), esta situação merece atenção maior dos produtores. Segundo Guto Zanata, do Departamento Técnico da Federação, outro fator desfavorável para este ano é o nível de investimento na cadeia produtiva que se mantém retraído e imprevisível quanto ao que poderá ocorrer nos próximos meses.
“O fórum de debates será um importante instrumento para que os problemas da pecuária sejam analisados e debatidos com profundidade, com o intuito de minimizar as dificuldades que poderão surgir ao longo do ano e garantir aos produtores do setor um ano com boa produtividade e alguma renda”, destacou Zanata.
As informações são da Famato, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.