A oferta de bovinos no Estado deverá se manter problemática no decorrer deste ano, já que até mesmo os confinamentos deverão disponibilizar volume 27,3% abaixo da expectativa manifestada pelos próprios pecuaristas nos primeiros meses de 2008.
A oferta de bovinos no Estado deverá se manter problemática no decorrer deste ano, já que até mesmo os confinamentos deverão disponibilizar volume 27,3% abaixo da expectativa manifestada pelos próprios pecuaristas nos primeiros meses de 2008.
Estudo do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), divulgado ontem, ouviu 92% dos pecuaristas que confinam animais no Estado e revela que de acordo com a intenção de confinar estes produtores deverão produzir 455 mil animais, contra a intenção de confinar 626 mil manifestada em abril e maio.
Mesmo esfriando os ânimos do mercado, o analista de pecuária de corte do Imea, Otávio Celidonio, destaca que se a previsão se mantiver até o final do ano o volume de animais provenientes dos confinamentos será 12,5% maior, em relação aos 450 mil produzidos no ano passado. Nos doze meses de 2007, por exemplo, Mato Grosso abateu 5,3 milhões de bovinos. “Para este ano, já trabalhamos com uma perspectiva de recuo no volume geral de 18%”.
Os estudos do Imea foram desenvolvidos em parceria com a Famato, Fabov, Acrimat, Assocon, Cepea/Esalq e Empaer, no período de abril a junho deste ano. Existem em Mato Grosso 169 confinamentos. Se a previsão de confinamento para este ano se confirmar, somente 49% do potencial de produção estará sendo utilizado, já que a terminação via confinamento pode chegar – em duas safras – a 924 mil animais.
Conforme detalha o estudo, alguns fatores ao longo do ano foram primordiais para retrair a disposição dos confinadores: a alta nos custos de produção, principalmente no item alimentação, a estabilização do preço da arroba que atualmente gira em torno de R$ 80 e a falta de bovinos magros, para serem terminados no cocho.
“Esta última elevou os preços dos animais magros e isso afugentou os pecuaristas. A arroba do boi magro, por exemplo, chegou a R$ 100 e hoje a arroba do boi gordo está na casa dos R$ 80. Para o pecuarista que não adotou medidas de proteção aos preços da arroba, o confinamento não se revelou tão atrativo”, aponta Celidonio.
Paulo Resende, secretário-executivo da Associação dos Proprietários Rurais de Mato Grosso (APR/MT), entidade formada em maioria por pecuaristas, explica que o item alimentação foi o que mais pesou desfavoravelmente ao confinamento. “Quem não se planejou em janeiro para esta modalidade de engorda não teve como suportar a alta de 60% a 70% no custo com alimentação em doze meses”, exclama.
A matéria é de Marianna Peres, publicada no Diário de Cuiabá, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.