"Assim como já fizemos em outros setores da agricultura que têm relação direta com o desenvolvimento sustentável, buscamos um programa de pecuária legal em Mato Grosso. E o passo dado pela Mafrig, a partir de agora, mostra que estamos no caminho certo", avaliou o governador Blairo Maggi.
Após anunciar o embargo à compra de originários de áreas do bioma amazônico que tenha sido desmatada, diretores do grupo reuniram-se com o governador com a presença da organização não-governamental (ONG) Aliança da Terra.
“Assim como já fizemos em outros setores da agricultura que têm relação direta com o desenvolvimento sustentável, buscamos um programa de pecuária legal em Mato Grosso. E o passo dado pela Mafrig, a partir de agora, mostra que estamos no caminho certo”, avaliou o governador Blairo Maggi.
O Greenpeace, responsável pelo relatório “A Farra do Boi na Amazônia”, afirma que a decisão do frigorífico é, até o momento, isolada. “Estamos vendo nessa ação o caminho que todo o setor deveria trilhar: de aceitar o compromisso com o fim do desmatamento”, diz o ambientalista André Muggiati.
Na reunião entre os executivos do grupo e o governo do Estado, ficou acordado ainda que a moratória terá validade até a implantação do programa MT Legal, que prevê a regularização ambiental das 140 mil propriedades rurais de Mato Grosso. “A entrada do produtor no MT Legal significará que, a partir desse momento, ele cumpre com todas as normas ambientais e, portanto, poderá comercializar normalmente sua produção”, disse o governador Blairo Maggi. O MT Legal é maior programa de regularização fundiária do país.
Mato Grosso dispõe atualmente de 37 plantas frigoríficas, sendo que 15 estão com os abates suspensos por conta de pedidos de recuperação judicial e outras 22 em atividade. Algumas delas pararam abate neste ano justamente em cidades da região amazônica.
A decisão da Marfrig segue uma tendência aberta há algumas semanas, quando Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour, anunciaram a suspensão de compras de produtos bovinos de 11 empresas frigoríficas do Pará, por não terem garantias de que a carne não vem de áreas desmatadas na Amazônia. Após a publicação de um estudo do Greenpeace sobre os rebanhos na região, deu origem às ações do Ministério Público Federal, e também de retaliação aos animais por parte de grandes varejistas que atuam no Brasil.
Acrimat
“A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) apoia toda e qualquer ação de combate ao desmatamento ilegal, não só da Amazônia, como de todo território brasileiro. Porém, não vamos aceitar que o produtor, que cumpre a lei ambiental, seja discriminado”, frisa o presidente da associação, Mário Candia.
Ele disse ainda, que devem ser identificados os produtores que criam gado em áreas desmatadas ilegalmente e divulgado para não causar injustiça com aqueles que estão dentro da lei, “e vamos acompanhar todo esse processo de perto para orientar os pecuaristas”, completou.
“O impacto psicológico no mercado é grande neste primeiro momento e acaba pressionando o mercado, levando a uma retração, até porque ninguém sabe ao certo como agir, pois, temem comprar o gado criado na Amazônia. As regras precisam ser mais bem definidas, identificando os responsáveis pelo desmatamento ilegal, pois não se pode taxar todos os produtores de foras-da-lei”, avaliou o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.
As informações são do Diário de Cuiabá e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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A intenção do governo de Mato Grosso é proveitosa e necessária, porém precisa publicar quais os caminhos legais a ser seguido pelos proprietários para legalizar a propriedade nesse plano do governo de legalizar as fazendas.