Garantia de estoque de farelo de soja pela indústria para atender o mercado interno não será suficiente para conter a alta nos preços das carnes neste 2º semestre de 2012. Isso porque a tendência de alta persiste tanto para os preços da soja quanto do milho, num cenário de baixa oferta mundial e aumento da demanda, explicam analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Garantia de estoque de farelo de soja pela indústria para atender o mercado interno não será suficiente para conter a alta nos preços das carnes neste 2º semestre de 2012. Isso porque a tendência de alta persiste tanto para os preços da soja quanto do milho, num cenário de baixa oferta mundial e aumento da demanda, explicam analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Situação é favorável para os produtores de Mato Grosso, mas preocupa os criadores de suínos, aves e bovinos da pecuária intensiva e semi-intensiva com o aumento dos insumos, puxados pelo encarecimento da ração que tem no milho e na soja principais componentes.
Completa o quadro de elevação nos custos o reajuste de 40% no frete, decorrente da adaptação das transportadoras à Lei 12.619/12, em vigor desde o dia 17 de junho, que estabelece a regularização da jornada de trabalho dos motoristas. Avaliando o contexto, o vice-presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e tesoureiro do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Mato Grosso (Siamt), Mauro Cabral, afirma que o encarecimento da matéria-prima e do frete repassado à indústria não será contido e acaba transferidos ao preço final dos produtos. Concorda com ele com o analista do Imea, Daniel Latorraca, lembrando o preço recorde do farelo de soja, que alcançou R$ 1.126,25 (tonelada) em junho deste ano, sendo 89% mais alto que o preço registrado no mesmo período do ano passado (R$ 594/t).
Para o milho a situação não é diferente. Nos últimos 3 meses, os preços subiram 54%, chegando a R$ 21,68 a saca (60 kg) no mês passado no Estado, ante R$ 14,08/saca em maio, apesar de Mato Grosso ter dobrado a produção nesta safra, obtendo 14 milhões de toneladas do grão. Latorraca confirma que o quadro atual pressiona o mercado e eleva os custos. Demanda elevada pela soja e milho foi provocada pela quebra de safra norteamericana e as perdas nas lavouras da América do Sul provocadas pela seca. De acordo com o Imea, o aumento no abate de fêmeas contribuiu para manutenção e até redução de alguns cortes de carne bovina.
Fonte: jornal Gazeta-MT, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.