Desistência: Maior preço médio (média de janeiro a outubro) da série histórica do milho, do farelo de soja, do caroço de algodão e do boi magro. Estes foram os indicadores com os quais os confinadores de Mato Grosso se depararam na hora de realizar o confinamento em 2016. Com tamanhas dificuldades de “encontrar” uma mar- gem positiva, o número de animais confinados reduziu 8,06% na comparação com 2015, e estabeleceu-se em 615,89 mil bovinos, a menor quantidade enviada aos confinamentos desde 2010. O descontentamento dos en- trevistados com a atividade é perceptível, dos 182 confinadores contatados, 30,21% avaliaram a atividade como ruim ou péssima em 2016. Apesar desta avaliação negativa em 2016, 76,15% dos entrevistados afirmaram que pretendem confinar em 2017, perspectivas de um mercado de reposição de animais com preços mais baixos e de uma safra de grãos boa são as “cartas” deste otimismo para 2017.
* Os preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda apresentaram queda de 0,71% e 0,55%, fechando a semana em R$ 131,64 e R$ 125,47, respectivamente.
* O preço do bezerro de ano fechou em R$ 1.178,57/cabeça, 1,91% menor que em relação à semana passada.
* A relação de troca boi/bezerro aumentou 1,22% nesta semana, devido à maior desvalorização do preço do bezerro quando comparado ao do boi gordo.
* Mesmo com desistências e algumas avaliações negativas, as intenções de confinamento no terceiro trimestre de 2016 registraram alta de 21,56% em relação às intenções de julho/16.
DE OLHO NO FUTURO: A volatilidade dos preços é um dos principais problemas que têm atingido a bovinocultura de corte nos últimos anos, e em 2016, em virtude desta problemática, os confinadores intensificaram a busca por maneiras para que essa incerteza não afetasse seu negócio. De acordo com o terceiro relatório das intenções de confinamento de 2016, o número de bovinos negociados antecipadamente em Mato Grosso foi o maior da série histórica, compondo 42,74% das negociações. O destaque fica para as negociações no mercado a termo, ou seja, contratos futuros negociados diretamente com frigoríficos, 36,37% dos bovinos confinados foram comercializados desta maneira. A principal justificativa para este grande montante de negócios a termo foram os preços elevados ofertados pelos frigoríficos. Nota-se que, neste ano, mesmo com as diversas dificuldades no confinamento, os hedges foram satisfatórios para os que fizeram.
Observações:
8 – Considera-se para o cálculo do equivalente físico do boi gordo um animal de 17 arrobas ou 255 quilogramas de carcaça; 49% do peso advém do traseiro com osso, 39% do dianteiro com osso e 12% da ponta de agulha, todos os cortes com osso no atacado.
9 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo os pesos dos cortes cárneos com osso e o peso do couro e sebo obtido no abate de um bovino.
10 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos com osso no atacado, o peso do couro e sebo e os pesos dos subprodutos da indústria.
11 – Consideram-se para o cálculo equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos desossados no atacado, o peso do couro e sebo e o peso dos subprodutos da indústria.
12 – Para o cálculo da relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de 12 meses considera-se um boi gordo de 17 arrobas.
Fonte: Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).