MT: pecuaristas bloqueiam entrada do Quatro Marcos

Como forma de protesto contra a falta de pagamento aos pecuaristas que fornecem animais para o frigorífico Quatro Marcos, na região de Vila Rica, mais de 200 produtores bloquearam, neste domingo (05/04), a estrada que dá acesso à unidade frigorífica da cidade. De acordo com o presidente do Sindicato Rural da cidade, Ivan Augusto Pelissario, a manifestação foi de cunho pacífico e segundo os organizadores do movimento o bloqueio será mantido até que produtores e frigorífico cheguem a um acordo.

Como forma de protesto contra a falta de pagamento aos pecuaristas que fornecem animais para o frigorífico Quatro Marcos, na região de Vila Rica, mais de 200 produtores bloquearam, neste domingo (05/04), a estrada que dá acesso à unidade frigorífica da cidade.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural da cidade, Ivan Augusto Pelissario, a manifestação foi de cunho pacífico. A intenção foi bloquear a entrada de caminhões de boi, para impedir que os animais fossem abatidos. Os demais carros tiveram passagem livre. “Mais de 200 pecuaristas da região com crédito a receber do Quatro Marcos não aguentam mais ficar sem uma resposta e, principalmente, sem receber”, desabafou.

Segundo os organizadores do movimento, na manhã desta segunda-feira (6) foi feito um contato com os diretores do frigorífico, mas não conseguiram fechar um acordo. O presidente do sindicato disse que vão continuar com as negociações. Quanto à suspensão do bloqueio, Ivan afirmou que ainda não há uma previsão de dia e hora para que isso aconteça. “Assim que tivermos um parecer mais contundente, nós desmontaremos o bloqueio”.

O protesto foi registrado por uma carta de repúdio, elaborada pelo Sindicato Rural da cidade que alega que mais uma vez os produtores foram pegos de surpresa. “Neste momento nos encontramos de mãos atadas pela figura caótica e famigerada do engodo, a qual vem revestida e disfarçada em nome de “recuperação judicial”, que por sua vez tem a finalidade de salvaguardar o princípio do fim social da empresa em situação de recuperação”.

“Não podemos permitir que o frigorífico Quatro Marcos continue abatendo animais e não pague os créditos anteriores”, afirmou Ivan. Ele disse que mais de 130 pecuaristas estão sem receber, isso representa mais de R$ 10 milhões em haver.

Mediante a este cenário que foi instalado no setor da pecuária no Estado, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), apoia a manifestação pacífica dos produtores de Vila Rica. “Nós (Federação) estamos tentando de todas as formas auxiliar os nossos pecuaristas. Eles (produtores) têm o direito de buscar seus meios para que possam sensibilizar a diretoria desses frigoríficos para que eles tomem alguma medida emergencial para pagá-los”, defendeu o presidente da Federação, Rui Prado.

“O pecuarista está no seu limite. A situação se agrava e até agora nenhuma das sugestões apresentadas pelas associações organizadas do setor foram aceitas e muito menos o governo federal apresentou uma alternativa para resolver essa crise. Não temos como impedir manifestações como a que esta ocorrendo em Vila Riva, pois é um absurdo como o produtor vem sendo tratado”, disse o presidente da Acrimat, Mário Candia de Figueiredo. A Acrimat está acompanhando de perto o movimento e atento para qualquer forma de arbitrariedade contra os produtores. “O manifesto é justo e legal”, completa.

O grupo Quatro Marcos já entrou com pedido de recuperação judicial e apresentou o Plano de Recuperação Judicial no final do mês passado. A proposta apresentada garante o pagamento dos credores em 12 meses, sem correção de juros com carência de mais 12 meses após a homologação do plano. Ou seja, o grupo poderá liquidar seu débito com os pecuaristas num prazo de dois anos.

Os produtores não concordam com o prazo, pois a maioria afetada é composta de pequenos e médios pecuaristas. “Temos caso de produtores que venderam seus animais para o Quatro Marcos e não receberam. Para tentar sair do sufoco, venderam para o Independência e também não receberam”.

As informações são da Famato e do jornal Diário de Cuiabá, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. GLAUCIO LEANDRO DA ROCHA disse:

    Parabens a FAMATO e demais orgãos.

  2. Luciano Andrade Gouveia Vilela disse:

    Só existe dois modos de se fazer justiça. Ou Liquida pagando nem que seja em bens ou os empréstimos para a indústria que o governo vem sinalizando vão direto para a mão dos credores, com a divida atrelada à indústria.

    Se a segunda opção não for possível, pode liquidar que num curtíssimo prazo alguém se habilita a tocar o negócio mantendo o status social das empresas que estão em recuperação. Pensando assim é melhor liquidar mesmo para dar uma renovada nesta turma (em geral, não só do 4 Marcos, que não conheço especificamente) que já está mais do que manjada por práticas sombrias, como cartelização, desvio de ativos, sonegação, adulteração de balança entre outros.

    Uma sacudida na situação atual poderá trazer benefícios concretos para o futuro próximo e um deles que já está sendo praticado é a venda no peso vivo à vista com depósito anterior à saída do gado seguindo uma tabela de rendimento de carcaça esperado com relação ao peso e ao tipo de cada animal. Sem dúvida tem males que vem para bem. Mas isso não refresca em nada a situação presente de quem tem dinheiro amarrado no rabo do veado. Quem está no prejuízo pode nem vir a usufruir desse novo cenário comercial devido a desestabilização financeira.

    Vamos vender só o mínimo necessário para pagar os compromissos já feitos e à vista (a vista mesmo, por que se forem pagar 1 dia debois do abate, você não tem mais o boi para levar de volta); fazer poucos compromisos até que as coisas se esclareçam e rezar bastante.

    Abraços a todos

  3. paulo juose mano disse:

    Parabéns a esses produtores, com certeza é assim na pressão que vamos conseguir algum acordo decente para o setor, esses empresarios usaram mal suas empresas e nós pagamos o pato, aqui em juara tambem temos a receber da mesma empresa, mas já tinhamos decidido em comum acordo de nao deixar entra em funcionamento o frig quatro marcos, que seu proprio diretor disse que tem patrimonio muito maior que a divida dos produtores rurais em torno de 35.000.000 milhoes. Deveriamos todos fazer isso com qualquer planta que nao viesse a pagar seu fornecedores.

    Um abraço a todos esses produtores, e nossa solidariedade da regiao de juara.

  4. diogo peixoto disse:

    Parabéns produtores temos que nos mobilizar, caloteiro não pode trabalhar com dinheiro de produtor, tomara que se estenda esta manifestação daqui uns dias é o Independencia querendo voltar.

    Parabéns a voces ai e boa sorte.

  5. sylvio flores disse:

    Eu classifico este manifesto de pacifico – não sei como deveriamos encaminhar este processo – eles optaram por roubar o dinheiro do pecuarista – e entraram na area civil empresarial e pediram recuperacao judicial – roubo – e area criminal – a justica esta dando para eles a oportunidade de ( icar dentro da lei, depois de ter roubado do pecuarista) – eu nao sei se eles merecem Guantanamo ou se Bangu 3 , mas e logico que e crime – esta manifestação deveria ser continuada, no MT, MS, RO, MG – o Independencia abriu novamente em MG – cade o brio destes mineiros – como e que podem vender novamente – sera que eles nao sabem que o mercado da carne, esta demandado e paga a vista – receber adinatamento de 50% e bobagem – a unica comoditie (boi, carne) que recebe com 30 dias de prazo as outras – sao sempre liquidadas a vista – precisamos de uma caixa de liquidacao.

    Vamos impedir os donos de frigorifico – pecuarista nao vendam mais gado para eles.

  6. João Pires Castanho disse:

    Noticias como essa preocupam quem vive da atividade, e depende de frigorificos para realizar seus lucros, porém, demonstra mais uma vez, a falta de união e representatividade dos pecuaristas, é o verdadeiro cada um por si, eu pelo menos, tento me precaver da seguinte forma, peço um x do valor adiantado, para depois enviar o gado, quando o frigorifico se recusa, envio apenas um caminhão, que é o risco minimo que tenho que correr, as vezes combino com os vizinhos e mandamos meio a meio, pois se o calote vier não vai ser tão grande. Mas se tivessemos uma melhor representação ou união de classe, todos poderiam exigir o pagamento antecipado, ficando apenas a diferença para um acerto final, do contrário vai ser sempre essa situação, frigorificos trabalhando com o nosso dinheiro, quando a maré esta boa, pagam o que querem no nosso produto, somos um dos poucos comerciantes, que pergunta ao comprador, quanto eles pagarão pela nossa mercadoria, infelizmente, não ha nada o que fazer, mais calotes virão, e muitos ainda amargaram enormes prejuizos, e o que é pior, agora amparados legalmente, pelo pedido de recuperação judicial, é o calote constitucionalissimamente institucionalizado.

  7. Paulo Cesar Severino de Oliveira disse:

    Parabens pecuaristas, até que enfim voces tomaram uma atitude exemplar, somente assim donos de frigorificos irão respeitar mais os nossos direitos, não se deixem levar pela enganação.

    O frigorifico Quatro Marcos já fez isto em Alta Floresta e depois deu mais prejuizos aos pecuaristas. Que este exemplo se extenda caso seja necessario.

  8. Anaurus Vinicius Vieira de Oliveira disse:

    Todo segmento da sociedade tem se expressado via de manifestos. Entendo ser este legítimo, próprio e mais do que oportuno, pois conheço mais do que ninguém a realidade dos pecuaristas daquela região, afetados por esta roubalheira da “quebradeira do faz de conta” dos grupos: Margem; Arantes; IFC; Quatro Marcos, e agora o Independência.

    Por falar neste último, Independência, devem os pecuaristas mineiros trilharem o mesmo caminho dos de Vila Rica, no sentido de impedir a continuidade do calote, para que não prejudiquem a mais nenhuma pessoa.

    Pecuaristas mineiros não entreguem o seu gado a caloteiros que não pagam suas contas; a empresários que demitem sem piedade 6.300 chefes de família; a políticos metidos a empresários que quebram de conveniência, contando com a benevolência da Justiça que lhes concede prazos de 50 dias (prazos estes inexistentes na Lei de Recuperação), para que apresentem documentos que já de há muito, deveriam ser apresentados. Pecuaristas mineiros digam não ao conto da carochinha (50% por cento a vista e o resto a prazo). Eles não honram nada que falam.

  9. Ivan Neri dos Reis disse:

    Parabéns aos produtores, tem que fazer protesto mesmo, temos que acabar com estes carteis.

  10. RICARDO RENNO disse:

    Sou Zootecnista e á tempos acompanho o mercado de carne.

    Não creio que deva ser classificado como pacifico um movimento que bloqueia e entrada e saida de uma empresa, com certeza todos tem direito a protestar por seus direitos, mas impedir uma empresa de trabalhar e com isso levantar recursos para pagar seus débitos, não tem nada de pacifico. Isso só trará prejuizos ainda maiores para todos. Ou então também teremos que aceitar como pacifico o movimento dos sem terra, que chega e bloqueia uma propriedade, impedindo o produtor de trabalhar e gerar o seu dinheiro.

    Acho que estamos vendo um caso em que claramente existe dois pesos e duas medidas. Se existe a esfera judicial e se esta já foi acionada, creio que quem deva determinar como agir deva ser a justiça, e todos os credores tanto desse frigorifico como de todos os outros tem que agir como determina a lei, fora isso, existem também funcionários que precisam receber e que agora também correm risco de perderem seus empregos devido a esse tipo de bloqueio. (não li em nenhum lugar essa preocupação!)

    Determinação Judicial não se discute, se cumpre. Todos os credores tem direito a voto para decidir se aceitam ou não a forma proposta, para isso existe uma pessoa que o juiz determina para gerenciar os débitos e a forma de pagamento.

    Talvez com isso os produtores rurais passem a ver com outros olhos a questão da venda no mercado futuro, o que já foi amplamente discutida e informada e tão pouco foi realizado. Porém o momento é de sentar e negociar, o produtor precisa dos frigorificos e vice versa. Atitudes assim não são o caminho para uma solução.

  11. Jeronimo Gabriel da Silva disse:

    Para os grandes, tudo pode.

    Recuperação judicial? Pode.

    Comprar fiado e não honrar? Pode.

    Cobrar o que não é devido? Pode.

    Deixem de vender fiado. Isto mesmo. Se hoje levaram os bois e não pagaram, amanhã vão pedir matrizes e reprodutores.

    Depois de amanhã será a vez de pedirem aval e depois levar o imóvel por conta da dívida que não foi feita pelo pecuarista.

    Radicalizar pode ser doído mas, ao entregar o ouro a dor pode ser interminável.

  12. Geraldo Perri Morais disse:

    Parabéns aos produtores de Vila Rica. Somos da Abrapec – Araçatuba – e estamos recomendando aos nossos associados que vendam somente à vista, ou no caso de vendas a prazo, que verifiquem se os lmites para descono de NPR sejam compatíves com o volum deabate do frigorífico.

    Devemos apoiar tal movimento, para dar exemplo para as demais empresas que possam estar pensando em entrar com recuperação judicial.

    Geraldo Perri Morais – Presidente da ABRAPEC

  13. PAULO SARAIVA DE JESUS FRANÇA disse:

    Temos que acabar com estas leis que só beneficia os errados, e incompetentes (“as vezes competentes demais, pois talvez estas dificuldades financeira pode até ser programada, a fim de tirar dinheiro do governo, pegando uma carona na crise).

    Crise esta que fico a pensar: Governos injetão em empresas com dificulde bilhões de dolares, alguns noticiam aproximadade 700 bilhões de dolares ou mais.

    O que darias, se distribuido a cada habitante deste planeta, um valor aproximado de 116 mil dolares para cada um, este povo de posse deste dinheiro, iria ao consumo e as aplicações, com isso acho que alavancaria o consumo, consequentemente nóvos empregos e nóvas empresas .

    Ai tenho minhas duvidas da real inteção de governos, em ajudar estas empresas em nome de proteger os empregos.

    Talvez ficaria mais barato o governo ajudar os verdadeiro prejudicado (empregados e fonecedores) e deixar a empresa quebrar.

    Com isso faria um limpeza, tirando empresários imcompetentes ou mal intensionados, dando oportunidade a outros.

    Quando vamos ter leis que beneficiara os certo e corretos cumpridores de seus deveres?

    Quando vamos parar de privatizar o lucro e socializar o prejuizo?

  14. marcelo moura disse:

    um absurdo extremo este negócio de recuperação judicial…sendo que o que deveria ocorrer, era uma varredura na administração dessas empresas e aí sim, se saberia o verdadeiro paredeiro do dinheiro dos fornecedores de bois.
    temos que parar com essa de recuperação judicial, pois em um país sério isso dá cadeia e no “brasil dá é dinheiro”.

  15. ROSLER DALLAMARIA disse:

    Parabéns aos produtores de Vila Rica-Mt

    E já fica aqui o alerta ao sr. Aderbal Arantes, e Danilo Arantes, se não acertarem com os produtores da unidade de Nova Monte Verde-MT, até dia 18-03, iremos acampar na unidade do grupo Arantes, no qual vem se prevalecendo da mesma situação de matar boi, aguardando a aceitação do pedido de recuperação juducial, e matando à vista com o dinheiro do próprio pecuarista.

    Fica aqui um alerta senhores de São José do Rio Preto – SP, paguem os pecuaristas em quanto a tempo, pois depois que tomarmos a unidade de Nova Monte Verde, só sairemos de lá com os pagamentos em dia.

    Já estamos organizados, unidos com o comércio e funcionários demitidos pela unidade.

    Paguem até dia 18-03 o valor devido em torno de R$ 12.000.000,00, ou iremos, impedir os trabalhos no frigorífico, no qual tenho certeza que vosso prejuiizo, será bem maior.

    Convoco também, os produtores localizados nas unidades de Pontes e Lacerda-MT, e Canarana-MT, para se organizarem para tomar as unidades nesta data também.

    Somente trabalhando juntos e com efeito manada, é que teremos sucesso.

    Peço desde já o apoio da população, o apoio dos governantes, Acrimat, Famato, CNA, e sindicatos rurais espalhados por todo Brasil.

    É uma vergonha não termos condição de pagar salário em dia aos nossos funcionários, e esta cambada, ficar passeando de king air 0km, no valor de $ 5.0000.000,00 para levar advogado para a comarca, para impetrar recurso, para cada vez mais prejudicar e atrasar o andamento, do entendimento e pagamento aos produtores.

    Abraços, que deus nos abençoe, nessa nova empreita, pois a única coisa que sabemos fazer é trabalhar, ser malandro nossos pais graças a deus não nos ensinaram.

  16. gilberto guarnieri disse:

    Parabenizo esses companheiros ai do norte de Mato Grosso, é uma vergonha esses frigorificos dando o cano e terem a cara de pau de passados alguns dias voltarem a abater com a arrogância de dizerem que estão comprando a vista. Com o dinheiro de quem?

  17. Cristovao Gonçalves disse:

    Parabéns aos poucos pecuaristas que aderiram aos manifestos, e nós o restante da classe que ainda não estamos perdendo com os frigorificos deveriamos nos unir aos pecuaristas em situação oposta, e não vender boi para nenhuma unidade, pelo menos até que esses pecuaristas recebam o que é seu de direito.

  18. PAULO SARAIVA DE JESUS FRANÇA disse:

    Aqui no norte do MT tem frigorifico pedindo recuperação judicial, e desde que mudei para esta região ouço falar que a empresa é de fulano, é de beltrano e somos sobedores que estes mesmos fulanos são proprietários de milhares de cabeças de gado, e não ouço falar de que estão vendendo uma unica cabeças de gado ou fazendas para salvar a empresa.

    Isso é um caso para a Polícia Federal.

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