Com a adesão ao movimento “Grito do Ipiranga”, em Mato Grosso, os pecuaristas bloquearam 19 escritórios do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) ontem. Estão de portas fechadas as unidades de Juara, Tangará da Serra, Campo Novo dos Pareci, Nova Olímpia, Porto Estrela, Barra do Bugres, Barra do Garças, Nova Xavantina, Água Boa, Aripuanã, Castanheira, Juruena, Brasnorte, Cáceres, Mirassol D´Oeste, Quatro Marcos, Reserva do Cabaçal, Cuiabá e Poconé.
O presidente do Indea/MT, Décio Coutinho, respeita a decisão do segmento, mas destacou que o movimento prejudica o próprio setor. “É um tiro no pé. Estamos em plena campanha de vacinação. O produtor que tiver vacinado o rebanho ficará impedido de comunicar a imunização enquanto a interdição aos escritórios durar. Se depois do dia 31 ele não tiver comunicado, estará sujeito às autuações e às multas. E ninguém poderá utilizar este movimento como desculpa”, avisou.
O presidente do Sindifrigo, Luís Antônio Freitas Martins, disse que a suspensão da emissão das GTAs compromete também as exportações. Ele lembrou que o segmento enfrenta problemas com os manifestos desde o início, pois cargas de animais vivos e de carnes resfriadas e congeladas estiveram retidas nos bloqueios das estradas.
Ele afirmou que os frigoríficos estão dispostos a abrir as planilhas “e mostrar a transparência do setor, pois todos acham que o frigorífico é o vilão. Vamos desmistificar isso. A indústria também sofre com a crise, pois tem um custo fixo elevado. Tem tantas dificuldades quanto o produtor. E é isso que estamos tentando mostrar para a sociedade”.
Entre as reivindicações, os produtores querem mudanças na taxa cambial e carga tributária, melhorias na infra-estrutura de transportes e definição de uma política de marketing para os produtos brasileiros no exterior. As informações são de Marcondes Maciel, com colaboração de Marianna Peres, para o Diário de Cuiabá, e de Ivana Maranhão para a Folha do Estado.