Melhorar a qualidade da carne em Mato Grosso e alcançar preços remuneradores. Essas são as principais propostas da parceria que os produtores de Mato Grosso estão apresentando à Sadia S/A, que hoje retoma os abates em sua planta industrial localizada em Várzea Grande.
“Queremos produzir uma carne de primeira qualidade, com padrões diferenciados, visando atender os mercados mais exigentes”, disse o presidente da Associação dos Proprietários Rurais (APR), Ricardo Borges Castro Cunha, que esteve reunido recentemente com o chefe de Compras da Sadia, José Carlos de Moraes Filho, para discutir a formatação da parceria entre a empresa e os produtores.
A APR foi a primeira entidade do setor pecuário a procurar a Sadia para buscar um trabalho conjunto, visando melhorar o padrão da carne e, ao mesmo tempo, buscar preços mais remuneradores para os pecuaristas.
“Investimos em tecnologia, genética e na melhoria da carne em Mato Grosso. Mas ainda não somos remunerados por isso. Pelo contrário, os preços da arroba do boi nunca estiveram tão aviltados como agora”, observa o presidente da APR.
Ele acredita que a partir do momento em que a Sadia elaborar um projeto e definir que tipo de produto vai precisar, a APR irá organizar os produtores para fornecer bois com a qualidade solicitada.
“Acreditamos que poderemos fazer um bom trabalho com a Sadia, que é uma empresa idônea, goza de prestígio, credibilidade no mercado e investe no futuro. Além disso, é a maior empresa de alimentos do Brasil e isso nos deixa ainda mais otimistas”, afirma.
Qualidade
O presidente da APR diz que com uma melhor remuneração os produtores irão investir na melhoria da carne. Segundo ele, o produtor é competente e, ao primeiro sinal de aquecimento no mercado, ele volta a investir em qualidade.
Cunha lembrou que os produtores filiados à associação teriam condições de, sozinhos, abastecer a Sadia, fornecendo bois dentro das características indicadas pela empresa.
Arrendamento
Há cerca de quatro anos, por condições do mercado, muita informalidade e concorrência desleal, a Sadia arrendou ao grupo Friboi as instalações frigoríficas de Várzea Grande. Mesmo com o contrato vencido há cerca de seis meses, a pedido da diretoria da Sadia, o Friboi manteve-se à frente da planta.
Neste período, a Sadia investiu R$ 22 milhões, de um total de R$ 30 milhões, em adequações para atender às exigências internacionais. A capacidade de abate de mil cabeças/dia será mantida.
Fonte: Diário de Cuiabá/MT (por Marcondes Maciel), adaptado por Equipe BeefPoint