Abriu a porteira: A ‘queda de braço’ entre frigoríficos e pecuaristas se intensificou nos últimos dias, e com a intensificação desse movimento, o mercado ficou mais aquecido e o preço do boi gordo “saiu” do seu estado de repouso. No início do mês a arroba do boi gordo estabelecia-se em R$ 130,92, e foi aumentando gradativamente com o passar dos dias, chegando nesta quinta-feira (22/09) a R$ 132,67, uma diferença de R$ 1,74. A vaca gorda não diverge desta alta, visto que iniciou o mês a R$ 124,07/@, e nesta semana atingiu os R$ 125,72/@, registrando valorização de 1,33%. A intensificação na escassez de boi gordo, em conjunto com a melhora da “margem” de comercialização das indústrias, é o que tem movimentado o mercado, visto que os frigoríficos já estão se deslocando das suas ‘‘zonas de conforto’’ e indo atrás dos pecuaristas em busca de bovinos prontos para o abate e, com os bois à pasto ainda longe de chegar as linhas de abate, tal processo deve continuar.
– O valor da arroba do boi gordo obteve aumento de 0,83%, encerrando a semana cotado a R$ 132,26, enquanto isso, a fêmea operou com praticamente a mesma variação, estabelecendo- se em R$ 125,29/@.
– O preço do bezerro registrou estagnação no comparativo semanal, mantendo exatamente o mesmo valor da semana passada, R$ 1.211,76/cab.
– Ao contrário da semana passada, quando demonstrou valorização, o equivalente físico (EF) ficou cotado a R$ 130,02/@, registrando queda de 0,32% em relação à última semana.
– Com a estagnação no preço do bezerro, e a alta do boi gordo, a relação de troca boi/bezerro registrou melhora de 1,39%, sendo agora possível adquirir 1,86 bezerro com a venda de um boi gordo.
REDUZINDO: O diferencial de base SP-MT é um importante indicador que demonstra o spread (diferença) de preços da arroba em São Paulo e em Mato Grosso, e é utilizado pelos pecuaristas mato-grossenses para “trazer” preços futuros em São Paulo para Mato Grosso. E durante boa parte do ano de 2016 este indicador registrou aumentos, chegando a valores historicamente recordes. Para se ter uma ideia, em mar/16 o diferencial de base SP-MT atingiu 19,09%, o maior valor registrado desde mar/09. No entanto, nos últimos meses, este tem recu-ado sensivelmente e os dados parciais de setembro já indicam um diferencial de base em 13,82%, valor pouco acima da média histórica. Esta diminuição deve-se à severa queda no preço da arroba paulista, enquanto que em Mato Grosso o valor da arroba manteve-se estável. Com um mercado ainda testando limites, o diferencial de base pode caminhar instável nos próximos meses.
Observações:
8 – Considera-se para o cálculo do equivalente físico do boi gordo um animal de 17 arrobas ou 255 quilogramas de carcaça; 49% do peso advém do traseiro com osso, 39% do dianteiro com osso e 12% da ponta de agulha, todos os cortes com osso no atacado.
9 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo os pesos dos cortes cárneos com osso e o peso do couro e sebo obtido no abate de um bovino.
10 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos com osso no atacado, o peso do couro e sebo e os pesos dos subprodutos da indústria.
11 – Consideram-se para o cálculo equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos desossados no atacado, o peso do couro e sebo e o peso dos subprodutos da indústria.
12 – Para o cálculo da relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de 12 meses considera-se um boi gordo de 17 arrobas.
Fonte: Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).