Com 162 propriedades rurais aptas a exportar carne para a União Européia (UE), Mato Grosso luta pela liberação de novas fazendas dentro do Sistema de Rastreabilidade de Bovinos (Sisbov). De acordo com a Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), 405 propriedades mato-grossenses aguardam a auditoria oficial para serem habilitadas a exportar carne para a Europa. Mas, apenas três equipes estão realizando este trabalho.
Com 162 propriedades rurais aptas a exportar carne para a União Européia (UE), Mato Grosso luta pela liberação de novas fazendas dentro do Sistema de Rastreabilidade de Bovinos (Sisbov). De acordo com a Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), 405 propriedades mato-grossenses aguardam a auditoria oficial para serem habilitadas a exportar carne para a Europa. Mas, apenas três equipes estão realizando este trabalho.
A situação torna-se ainda mais difícil quando se sabe que cada equipe audita apenas três fazendas por semana. “Seriam necessárias 45 semanas – ou mais de dez meses – para os técnicos auditarem todas as propriedades”, aponta o presidente da Acrimat, Mario Candia Figueiredo.
Apesar das exigências dos europeus, os pecuaristas mato-grossenses vêm neste mercado consumidor a oportunidade de melhorar a rentabilidade da atividade. “O Sisbov é uma ferramenta importante na gestão da fazenda, além de agregar valor ao produto, pois o valor pago para o gado com certificação é até 12% superior ao que não tem”, argumenta o presidente da Acrimat.
A sugestão, após reunião realizada com representantes do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) e Superintendência Federal da Agricultura (SFA/MT), é ampliar o número de equipes para 18, a partir da contratação de novos veterinários. “Não podemos esperar mais, pois muitas fazendas estão na fila aguardando a auditoria e querem fazer um planejamento de suas exportações”, afirma Candia.
Para agilizar o processo de habilitação de novas propriedades em Mato Grosso, a SFA chegou a ministrar recentemente a capacitação e treinamento de técnicos do Indea para o serviço de auditoria do Sisbov nas fazendas. Mas, o número de técnicos para realizar a auditagem das fazendas continua insuficiente para atender a grande demanda de pecuaristas que querem o enquadramento ao Sisbov e, assim, ficarem aptos a vender carne bovina in natura à União Europeia.
“Se tudo estiver de acordo com as normas da rastreabilidade, o processo tem continuidade até chegar em Brasília e na Europa, para parecer final”, explica uma fonte da SFA/Mapa. O procedimento – desde a realização das auditorias até a habilitação da propriedade pela UE, leva de 30 a 60 dias.
A matéria é de Marcondes Maciel, publicada no jornal Diário de Cuiabá, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Nós, obsessivos, que não acreditamos em Papai Noel, vivemos fazendo contas.
Se o frigorífico paga 12% a mais é porque vende todo o boi por um sobrepreço maior que este para a União Européia, certo?
Errado, vende apenas alguns cortes de primeira. Lembremos que a carne de primeira é apenas 16% do boi. Digamos que a venda para a UE seja de 8% do boi. Isso implica que os restantes 92%, além do couro e subprodutos, continuam a ser vendidos fora da UE e pelo mesmo preço anterior. Apenas para a conta fechar, os frigoríficos exportadores precisariam vender aqueles 8% por um preço 150% superior ao pago pelo seu segundo melhor cliente. Hmmm…
Assim, são três as alternativas possíveis:
1) Os frigoríficos exportadores enlouqueceram e vão falir.
2) Eles estão adoçando a boca de alguns pecuaristas, para que nós outros, mordidos de inveja, passemos também a fazer o “rastejamento”. Atingida a massa crítica, mostram as garras: quem estiver no grupo não fez mais que a obrigação, e quem não estiver vai ser descontado em 3 reais por arroba. Já vimos este filme antes, e não houve happy-end.
3) A Ásia adorou a carne brasileira e está pagando um sobrepreço de mais de 15% nos miúdos e na carne de dianteiro/ponta de agulha.
A grande novidade do momento é o achaque que, dizem, alguns pecuaristas estão sofrendo para não perder seu status de “ERAS”. As cifras são vultosas.
Gente, vamos dar um basta nesta insanidade.
SISBOV? Não brinco mais!
Temos que partir da primissa que hoje e sempre, quem manda no seu negócio é o cliente e, infelizmente o pecuarista não enxerga ou não quer enxergar.
São tendências de mercado, o consumidor esta cada dia mais exigente e quer saber o que esta comendo, de onde vem, como foi produzido.
A pecuária tem que se adaptar ao mercado, visão empresarial do seu negócio é imprescindível para se manter na atividade.