Apesar do menor patamar em que trabalham os embarques brasileiros neste início de ano, o volume exportado de carne bovina de Mato Grosso anda em compasso ainda menor que o do restante do país. Enquanto os envios de carne do Estado para o exterior no primeiro quadrimestre do ano recuaram 11,8%, emcomparação ao respectivo período de 2011, a soma dos embarques dos outros estados no mesmo período obteve recuo de apenas 1,6%
Apesar do menor patamar em que trabalham os embarques brasileiros neste início de ano, o volume exportado de carne bovina de Mato Grosso anda em compasso ainda menor que o do restante do país. Enquanto os envios de carne do Estado para o exterior no primeiro quadrimestre do ano recuaram 11,8%, em comparação ao respectivo período de 2011, a soma dos embarques dos outros estados no mesmo período obteve recuo de apenas 1,6%.
É nesse cenário em que as exportações trabalham em menores patamares, contrastando com o quadro de aumento da produção de carne em Mato Grosso neste período inicial do ano, no qual os abates foram, principalmente, puxados pela maior oferta de fêmeas. Desta forma, evidencia-se a maior participação do mercado interno no consumo do produto estadual, passando de 81% no primeiro trimestre de 2011 para 86% nos primeiros três meses deste ano. Tendo esse maior direcionamento da oferta das indústrias ao consumidor brasileiro se sustentado na robustez do mercadointerno proporcionada pelo momento econômico favorável.
Segundo dados da Secex, as exportações de carne bovina in natura em abril somaram 10,7 mil toneladas, número 10,7% inferior ao do mês de março e 6,5% menor que o do respectivo mês do ano passado. Com isso, a média do volume embarcado de carne bovina no 1º quadrimestre de 2012 obteve redução de 11,8%, ficando em 10,2 mil toneladas/mês, contra as 11,6 mil toneladas/mês do mesmo período do ano anterior. Com os resultados dos primeiros quatro meses deste ano, o volume médio registrado é ainda 26,0% inferior à média exportada mensalmente em 2011, de 12,4 mil toneladas, ano já considerado de baixos níveis de exportação. Apesar de esta redução dos níveis embarcados ser observada em nível nacional, a queda do volume de Mato Grosso se fez de maneira mais intensa que a do restante do país. E grande parte dessa redução do envio de carne dos frigoríficos do Estado ao exterior se deve ao bloqueio do mercado russo à carne de Mato Grosso.
Oferta e Demanda:
No mês de abril, enquanto a cotação do boi gordo com pagamento à vista em Mato Grosso registrou alta de 1,2% em relação ao mês anterior, a vaca gorda, por sua vez, registrou ligeira queda de 0,4%. Com isso, o diferencial calculado entre os preços pagos pela arroba do macho e da fêmea subiu de 9,4% em março para 11,1% em abril, aumentando 18,2%. Na comparação com fevereiro, quando o diferencial chegou a 7,4%, o aumento da variação entre os preços chega a 50,5%. A maior queda no preço pago pela vaca gorda, em comparação ao preço do macho, é apontada como efeito do aumento da oferta de fêmeas para o abate no Estado. No entanto, apesar do aumento dessa oferta de fêmeas, o diferencial de preços registrado em abril foi ainda inferior ao apontado em abril de 2011, quando estava em 11,9%
Preços da Semana:
O preço cotado da arroba do boi gordo no Estado encerrou a semana nos R$ 83,94 à vista. Quando comparado ao fechamento da semana anterior a média apresenta queda de 0,14%. Quanto ao preço praticado na vaca gorda, este também seguiu com queda, de 0,59%, ficando nos R$ 75,39/@ à vista
Noroeste: No Noroeste do Estado o preço seguiu com média de R$ 83,42/@ à vista, apresentando alta de 0,25% com relação à semana passada. Isso representa valorização de R$ 0,21/@.
Norte: Nesta porção do Estado a arroba seguiu cotada a R$ 83,39. Comparado à média anterior este preço apresenta variação negativa de 0,59%, significando queda de R$ 0,50@.
Nordeste: Nas localidades situadas no nordeste foi registrada desvalorização de 1,34% no preço praticado, encerrando com média semanal de R$ 81,34/@ à vista
Médio-Norte: Na região médio-norte o preço médio negociado pela arroba se manteve nos R$ 83,71, demonstrando leve variação negativa de 0,04%.
Oeste: Na macrorregião oeste o preço da arroba terminou a semana nos R$ 85,62 à vista, demonstrando valorização de 0,68% com relação à semana anterior. Na cidade de Pontes e Lacerda foi registrada negociação com a arroba do boi a R$ 86,00 à vista nesta última quinta-feira.
Centro-Sul: Neste último dia 8, houve registro de comercialização na cidade de Cáceres com a arroba do boi negociada a R$ 85,00 à vista. Já a média da cotação da arroba no centro-sul ficou nos R$ 86,33, o que representa alta de 1,20% valorizando o preço em R$ 1,03.
Sudeste: A movimentação registrada nesta macrorregião foi negativa em 0,66%, seguindo com o preço cotado a R$ 84,10/@, variação de R$ 0,66/@ a menos. Nesta última sexta-feira foi negociado boi a R$ 85,00/@ à vista na cidade de Barra do Garças.
Reposição:
Depois de sucessivas quedas desde o final do ano passado, tanto o preço médio da vaca gorda quanto o da novilha (18 meses) apresentaram reação no mês de maio, com ligeira variação positiva em ambos os preços. Enquanto a novilha obteve queda acumulada entre o início do ano e o mês passado, de 3,34% em seu preço, a arroba da vaca gorda retrocedeu o valor 6,95%. Já no mês de maio, a novilha mostrou uma alta em seus preços de 0,36%, passando de R$ 600,87/cabeça para R$ 603,04/cabeça. Da mesma forma, o preço da arroba da vaca passou de R$ 75,50 para R$ 75,54 neste mês, variação positiva de 0,06%. Apesar de a melhora verificada nos preços ser sensível, o cenário pode apontar uma já menor oferta de fêmeas para o abate, refletindo também nos preços da novilha.
Relação de Troca:
Maio é o mês da vacinação obrigatória contra a febre aftosa para todos os bovinos de até 24 meses no Estado de Mato Grosso. Segundo levantamento do Imea, o preço médio da dose da vacina contra a aftosa em abril deste ano ficou em R$ 1,16. Com isso, o preço da vacina, que no mesmo período do ano passado registrou média de R$ 1,44/dose, acumulou desvalorização de 19,2% em 12 meses. Enquanto isso, o preço médio pago pela arroba do boi gordo, no respectivo período, acumulou queda de 8,4%. Apesar da menor remuneração ao produtor, a queda do preço da vacina superou a queda do preço da arroba. Com isso, a relação de troca entre os dois produtos passou de 64 doses/@ em abril de 2011 para 72 doses/@ neste ano, o melhor patamar de troca para o pecuarista nos últimos quatro anos.
Mercado Futuro:
O contrato futuro do boi gordo, com vencimento para este mês de maio, apresentou queda nas cotações nesta semana. Baixa influenciada pelas também sucessivas ligeiras baixas no indicador Esalq/BM&F. O papel abriu na segunda-feira com a arroba negociada a R$ 94,20, e logo passou a operar em queda, trabalhando o restante da semana abaixo dos R$ 94,00. Deste modo, o contrato encerrou a semana negociado a R$ 92,80, já abaixo da casa dos R$ 93,00. Enquanto isso, como a pressão dos compradores ainda persistiu no mercado físico, o indicador saiu de R$ 93,86 na sexta-feira da semana anterior para R$ 93,29 no dia 11, acumulando queda de R$ 0,57 na semana.
Fonte: Imea, adaptada pela Equipe BeefPoint.