Os dados levantados pelo Indea-MT mostram que, apesar do crescimento do rebanho como um todo (+1,5%), o que chamou a atenção foi a queda de 3,5% (250 mil cabeças) no volume de bezerros com até um ano. As mudanças nos rumos do rebanho se dão, na maioria dos casos, por questões de mercado e as consequências delas são chamadas de ciclo da pecuária.
Os dados levantados pelo Indea-MT mostram que, apesar do crescimento do rebanho como um todo (+1,5%), o que chamou a atenção foi a queda de 3,5% (250 mil cabeças) no volume de bezerros com até um ano. As mudanças nos rumos do rebanho se dão, na maioria dos casos, por questões de mercado e as consequências delas são chamadas de ciclo da pecuária. Porém, há exceções e o observado neste ano foi uma delas. Isso porque a relação entre os preços do bezerro e do boi gordo estava favorável ao criador desde 2008 e, mais do que isso, os indicadores de custo da cria não apontavam qualquer prejuízo operacional.
Nessas condições, o que geralmente acontece é a retenção de fêmeas e o investimento na cria, mas como em toda atividade agropecuária existe o fator clima, que pode mudar tudo e atrapalhar os planos dos produtores. Em 2010 houve séria seca no Estado que, aliada à incidência de pragas, levou à morte de quase 10% das pastagens. A falta de pastos no ano seguinte levou à queda na taxa de prenhes e ao aumento no abate de fêmeas, que deve passar de 1,48 milhão para mais de 2,1 milhões em 2011. Nesse cenário era certa a queda do volume de bezerros nascidos e talvez se tenha ficado no lucro com essa queda moderada.
Oferta e demanda
A queda no número de bezerros surpreendeu, mas a pergunta que fica no ar é: o aumento puro no abate de fêmeas foi o responsável por essa redução? Quando se olha o gráfico ao lado fica claro que a seca não levou apenas a um abate maior de fêmeas, mas também a uma queda na taxa de nascimentos de bezerros. O valor da taxa de nascimentos calculada pelo Imea é resultado do número de bezerros com até um ano de idade dividido pelo rebanho de fêmeas com mais de 24 meses do ano anterior.
Nesse sentido, observa-se que desde 2005 o melhor índice foi alcançado em 2010, quando se chegou a 63%, já em 2006 houve o menor, com 52%. A seca colaborou para a queda no número de 2011, calculado em 58%, que, apesar de ter ficado acima da média, foi decisiva na diminuição observada nos nascimentos, que poderiam ter crescido 4,7%, caso o valor da taxa de nascimento tivesse se mantido em 63%.
Preços da semana
Noroeste: com uma queda de R$ 0,59 em seu preço médio, a cotação da arroba do boi nesta região encerrou a semana a R$ 85,23, sinalizando uma baixa de 0,68%.
Norte: sendo a única região onde o preço da arroba do boi gordo registrou alta, variação de 0,26%, a média da semana foi de R$ 86,92, um incremento de R$ 0,22 em seu preço médio.
Nordeste: registrando a maior queda da semana, a região nordeste viu o preço da arroba do boi cair 1,01% em relação à última semana. Hoje está cotada a R$ 84,07.
Médio-Norte: desvalorizada em 0,42%, a arroba do boi gordo à vista nesta região registrou uma média de R$ 86,19 em seu preço semanal.
Oeste: negociada a R$ 85,00 em Pontes e Lacerda na última quinta-feira, a arroba do boi gordo à vista obteve uma média semanal de R$ 85,37, registrando uma queda de 0,90% em relação à semana passada, quando o preço da arroba foi cotado a R$ 86,14.
Centro-Sul: fechando a semana do mercado do boi gordo a arroba obteve média de R$ 86,44, um valor R$ 0,65 menor que o da semana anterior e desvalorizando o preço em 0,75%. Foi comercializada a arroba do boi gordo no município de Tangará da Serra a R$ 86,00 na última quinta-feira.
Sudeste: registrados negócios de R$ 87,00 em Barra do Garças, na última sexta-feira, a região sudeste alcançou um preço médio da arroba do boi gordo de R$ 85,58, desvalorizando 0,51% seu preço em relação à semana anterior, quando a arroba esteve cotada a R$ 86,02.
Reposição
O mercado do gado de reposição vem mostrando um leve arrefecimento no preço dos animais em janeiro deste ano, em comparação ao último mês de 2011. A pressão de baixa exercida sobre o preço pago na arroba do boi gordo em Mato Grosso neste início de ano contribuiu para essa queda. Na comparação com o mesmo período do ano passado, os preços pagos pelo boi e pela vaca magra têm uma valorização de 5,9% e 4,6%, respectivamente.
Isso mesmo em um cenário em que a arroba do boi gordo no acumulado de 12 meses tem uma desvalorização de 5,1%. No comparativo com o mês de janeiro de 2011, os machos jovens acumulam leve valorização, entre 0,8% e 1,5%. Enquanto isso, as fêmeas jovens obtiveram um resultado negativo no período, registrando desvalorização entre 1,9% e 2,9%.
Fonte: IMEA, adaptada pela Equipe BeefPoint.
1 Comment
parabens, pelas infromções tao precisas desta pagina, para facilitar a vida do produtor rural, com informaçoes tão atuais e regionalizadas.