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MT: Sadia retoma abate de bovinos

A Sadia retomou ontem suas operações no mercado de carne bovina. Os abates, que tinham sido abandonados cerca de dez anos atrás, já começaram no frigorífico de Várzea Grande, no Mato Grosso. A previsão é de que a atividade acrescente R$ 280 milhões por ano ao faturamento da companhia, o que significará cerca de 4%. Devem ser abatidos mil animais por dia no frigorífico que estava arrendado ao Friboi. O contrato venceu no começo do ano e a Sadia manteve o arrendamento por mais alguns meses. Foram gastos R$ 30 milhões em reformas no local.

Perto de 80% da produção serão destinadas ao mercado externo. Os cortes dianteiros serão utilizados pela própria Sadia para os industrializados e os traseiros seguirão para outros países. A empresa já era intermediária na exportação do Frigorífico Minerva, do interior paulista, para a Rússia, por meio de uma parceria que será mantida.

O diretor de relações institucionais, Felipe Luz, informou que o retorno a este mercado está relacionado à melhora da situação sanitária do Brasil frente à de uma década atrás, quando havia ainda muitos casos de febre aftosa, motivo que levou a Sadia a interromper a atividade. Além disso, o setor se profissionalizou, reduzindo a informalidade, e houve a diminuição da carga tributária. A empresa quer também aproveitar a vantagem de já ter os canais de venda no exterior e a estrutura logística. “Nossos clientes estavam pedindo”, argumentou.

Embora o Brasil esteja em uma posição de destaque no cenário mundial de exportação de carne bovina e o mercado seja maior que o de ave, a Sadia não tem planos muito audaciosos para a divisão no médio prazo. A produção ficará concentrada em Várzea Grande, que já começará a operar no limite de sua capacidade.

A Sadia, segundo Luz, não pensa em expandir a produção e estima que esta divisão, em três anos, passará dos 4% das vendas totais para apenas 5%. Os animais serão comprados de terceiros e não há projeto de criação própria, como ocorre com aves e suínos.

A alegação é de que a empresa está voltada para a produção de frangos e porcos, nas quais investiu muito nos últimos anos e demandam, portanto, grande atenção. A Sadia, explicou Luz, optou também por entrar no mercado com cautela, a fim de reaprender a operar, pois os métodos de negociação são diferentes dos demais produtos. “Temos de entrar no mercado devagar, pois as condições são muitos diferentes”.

Fonte: Agência Estado (por Márcia Furlan), adaptado por Equipe BeefPoint

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