“Falar em prejuízos diários é fazer pressão neste momento, mas, na realidade, o que temos são embarques prontos para o mercado externo e que não poderão seguir destino. Acredito que depois de amanhã (quarta-feira), caso a greve se mantenha, os frigoríficos terão problemas com estocagem e deixarão até de abater os animais. O prejuízo é certo, inclusive para a balança comercial do Brasil”, explica o diretor comercial do Frigorífico Quatro Marcos, Tupã Magalhães.
Estes são os reflexos do primeiro dia de greve dos fiscais federais lotados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em Mato Grosso a paralisação é de 100%. Os 70 fiscais que atuam no estado realizam somente os serviços considerados essenciais, que se resumem à fiscalização para abastecimento de produtos voltados ao mercado interno. Enquanto perdurar a greve, 24 frigoríficos estaduais deixarão de ter seus produtos certificados.
Para a balança comercial estadual, em janeiro deste ano as exportações de grãos somaram US$ 73,3 milhões e as carnes somaram US$ 10 milhões.
No frigorífico Frigoalta, até ontem os trabalhos transcorriam de maneira normal. “Que vão ocorrer até que a capacidade de estocagem seja alcançada”, conta um funcionário.
Para o coordenador do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Gavur Kirst, qualquer redução no número de fiscais prejudica o trabalho de certificação de produtos destinados ao mercado externo, principalmente Mato Grosso que exporta de maneira significativa grãos e carnes. “Mas ainda é cedo para avaliar ou mensurar percentuais e cifras que possam corresponder aos prejuízos decorrentes da greve”.
Fonte: Diário de Cuiabá/MT (por Marianna Peres), adaptado por Equipe BeefPoint