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MT: vacinação retorna em 1o de maio

O Mato Grosso entra na segunda fase da campanha de vacinação contra aftosa no próximo mês, quando pretende imunizar cerca de 29% a mais do que no ano passado, quando foram aplicadas 7,7 milhões de doses. A meta é vacinar cerca de nove milhões de animais entre zero e 24 meses de idade até o dia 31.

Este ano a campanha mato-grossense acontece nas mesmas datas que na Bolívia, que uniformizou o calendário de vacinação com o Estado para garantir a sanidade do rebanho em ambos os países, o que vai contribuir para a manutenção do status mato-grossense de região livre da febre aftosa com vacinação.

No Paraná a vacinação também começa em maio, na primeira etapa da campanha deste ano. O objetivo é imunizar 9,75 milhões de bovinos e bubalinos que estão distribuídos em 211 mil propriedades. Mil pessoas foram treinadas para percorrer as pequenas propriedades, aplicar a vacina, recolher o dinheiro referente à dose e à contribuição para o fundo de proteção da agropecuária, registrar a vacinação e fornecer o comprovante ao proprietário. Os criadores que possuem rebanhos de médio e grande porte realizam a vacinação por conta própria e comprovam a imunização do rebanho nas unidades veterinárias da Secretaria da Agricultura do Estado.

Leia a matéria completa:

Será lançada no dia 1o de maio, na Fazenda Nova Canãa, no município de Apiacás (a 1.005 quilômetros de Cuiabá), a segunda etapa da Campanha de Combate à Febre Aftosa em Bovinos e Bubalinos do Estado de Mato Grosso. A meta é vacinar cerca de 29% a mais do que foi imunizado no ano passado, quando foram aplicadas 7,7 milhões de doses. Para este ano, o objetivo é efetuar uma cobertura de cerca de nove milhões de animais entre zero e 24 meses de idade até o dia 31. “Nossa previsão é de que o número do rebanho ganhe mais um milhão de cabeças neste ano. O crescimento é proporcional ao desenvolvimento da pecuária no Estado”, explica o presidente do Instituto Nacional de Defesa Animal de Mato Grosso (Indea), Ênio Arruda.

A cidade de Apiacás não foi escolhida para receber o lançamento por acaso: o município tem posição estratégica para as ações de defesa sanitária. “Faz fronteira com o Pará e com o Amazonas e está próxima de outros rebanhos, o que aumenta o risco de contágio”, explica o secretário executivo do Fundo Emergencial para Febre Aftosa (Fefa), Antônio Carlos Carvalho de Souza.

Para atingir a cobertura vacinal de 100% do rebanho nesta faixa etária, cerca de 120 médicos veterinários e vários órgãos públicos participam desta edição da campanha. Além do Fefa, estão envolvidos o Indea, Sindicatos Rurais e cerca de 120 Comitês Municipais, formados por pessoas que vivem em função da cadeia produtiva do boi, como fazendeiros, veterinários e técnicos do Indea.

“Em maio de 2000, adquirimos o status internacional de região livre da doença com vacinação. O mais difícil será manter esta colocação e, para isso, devemos priorizar a ação, afinal o vírus não respeita fronteira e a atividade viral presente em rebanhos de outros localidades só é vista com a contaminação”, argumenta Souza. “Com uma periodicidade sem data definida, a Organização Internacional de Epizootias (OIE), que faz o reconhecimento dos países sem aftosa para a comunidade internacional, realiza uma análise sorológica em dez animais em cada região que detém esse status para detectar se há vírus circulante”, acrescenta.

Etapas

Em Mato Grosso a campanha é realizada em três etapas ao longo do ano. Em fevereiro foram vacinados cerca de 3,4 milhões de animais entre zero e doze meses de idade e em maio a vacinação tem como alvo animais com até dois anos. Já em novembro a campanha vai abranger bovinos e bubalinos de todas as idades. É a campanha que atinge de mamando a caducando.

“Estas duas primeiras etapas são consideradas as mais importantes, pois visam a imunização de animais mais jovens, que ainda apresentam baixa resistência e, portanto, estão mais sujeitos à doença”, observa o presidente do Indea. Nessa etapa, o Fefa vai distribuir cerca de 15 mil doses para comunidades indígenas. “Mesmo ainda sem ter os cálculos da demanda, também vamos levar vacina para alguns assentamentos no Estado”, aponta Souza.

Mesmo calendário

A uniformização no calendário de vacinação adotada pelo governo boliviano neste ano, que passa a trabalhar com as mesmas datas adotadas no Estado, vai contribuir para a manutenção do status mato-grossense de região livre da febre aftosa com vacinação. “Como a Bolívia é um país de fronteira, sem fiscalização no trânsito de animais, corríamos grandes riscos de contaminação”, observa o secretário executivo do Fefa.

A mudança na postura sanitária da Bolívia é fruto de um processo de normatização iniciado pelo Fefa em 1996 e que hoje resulta em mais uma comunidade internacional que pleiteia o título de zona livre com vacinação. Os resultados da análise sorológica feita no ano passado mostram a inexistência da atividade viral no rebanho boliviano.

Estoques

O presidente do Indea, Ênio Arruda, afirma que vai liberar para o Estado cerca de 35 milhões de doses para a realização das três etapas. “O número é suficiente”, afirma.

Mas, por enquanto, alguns vendedores estão apreensivos quanto ao estoque. Na Casa do Adubo, foram vendidas 100 mil doses e restam 200 mil para pronta entrega. “Outra remessa só depois do dia seis”, diz o vendedor Renivaldo Pinheiro. O valor médio da dose gira em torno de R$ 0,80.

Paraná

O Paraná também vai vacinar, a partir de 1o de maio, 9,75 milhões de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa. Eles estão distribuídos em 211 mil propriedades. A Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento já iniciou os 108 encontros de sensibilização comunitária programados para a primeira etapa anual da campanha que termina no dia 20 de maio e tem o slogan “obrigado por continuar vacinando”.

Para o sucesso da campanha, mais uma vez a Secretaria da Agricultura contará com a ajuda de vacinadores credenciados. São mil pessoas treinadas para percorrer as pequenas propriedades, aplicar a vacina, recolher o dinheiro referente à dose e à contribuição para o fundo de proteção da agropecuária, registrar a vacinação e fornecer o comprovante ao proprietário.

Os criadores que possuem rebanhos de médio e grande porte realizam a vacinação por conta própria e comprovam a imunização do rebanho nas unidades veterinárias da secretaria.

A figura do vacinador é especialmente importante na Região Sudoeste, que tem mais de 100 quilômetros de fronteira com a Argentina. No ano passado, aquele país reconheceu a ocorrência de casos de febre aftosa em seu território. Por isso, além da vacinação do gado, a fiscalização monitora rotineiramente o deslocamento de animais na região para impedir o ingresso do vírus e manter o status sanitário do Paraná como área livre da doença com vacinação.

Fonte: Diário de Cuiabá (por Marianna Peres) e O Bonde/ PR, adaptado por Equipe BeefPoint

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