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MT vacinou 98,50% do rebanho na segunda etapa antiaftosa

O índice de cobertura vacinal contra febre aftosa, na segunda etapa do calendário estadual, em maio, atingiu 98,50%. De um universo de 10,4 milhões de cabeças, mais de 10,2 milhões foram imunizadas de maneira espontânea pelos pecuaristas. O percentual é o maior de todos os tempos para a etapa e foi muito comemorado.

O presidente do Instituto Nacional de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT), Décio Coutinho, disse que a perspectiva era de imunizar cerca de dez milhões de cabeças na faixa etária determinada, “mas os trabalhos a campo revelaram um rebanho superior que, felizmente, registra acréscimo no número de animais vacinados, na mesma proporção em que o rebanho estadual evolui”.

O superintendente federal de Agricultura em Mato Grosso, Paulo Bilego, destacou que esses bons resultados acumulados nas duas etapas de 2005 são importantes para obtenção de outras conquistas. “Vamos receber nesta semana uma missão norte-americana. No final de junho, tivemos uma missão russa e no final de agosto estaremos recebendo uma missão européia. Todas estão auditando nossas condições higiênico-sanitárias. Esses índices nos dão tranqüilidade para a meta de atingir novos mercados”, avaliou.

Bilego destacou que a grande expectativa é com relação à missão européia, que estará auditando as plantas habilitadas e também as localizadas em 49 municípios que não estão autorizados para exportar para aquele mercado. “A missão deverá vir com muitas exigências, mas considero este um bom momento para a avaliação”.

O estado possui 33 unidades frigoríficas, das quais 28 exportam, seja para mercados da lista geral, para os Estados Unidos, União Européia e China.

Coutinho explica que a segunda etapa de vacinação deste ano deixa claro que os pecuaristas estaduais e as autoridades estão a cada ano buscando alcançar um índice vacinal cada vez melhor. Em 2000, esta mesma etapa vacinou 91,29% do rebanho, em 2001 95,38%, em 2002 atingiu 94,34%, em 2003, 98,35% do rebanho foram imunizados e em 2004 alcançou 97,49%. Vale ressaltar que a média de incremento anual do rebanho mato-grossense é de cerca de um milhão de cabeças.

Para acompanhar o crescimento anual da bovinocultura mato-grossense, o presidente do Indea explicou que, além da criação dos Comitês Sanitários em Assentamentos Rurais e dos cursos de treinamento de agentes sanitários, índios também estão sendo treinados para atuar na erradicação da doença. “Somente nas mãos dos índios, estão nove mil cabeças”, revelou. Cerca de mil agentes e 30 índios estão capacitados.

8,8 mil propriedades rurais não comunicaram vacina

O percentual de 1,50% dos animais que deixaram de ser vacinados na etapa de maio, cerca de 156 mil cabeças, preocupa as autoridades sanitárias. De acordo com o presidente da Famato, Homero Pereira, a média é de 18 animais por propriedade que ficaram sem a vacina da etapa de maio. “Isso revela que para as próximas etapas deveremos ter mais atenção com os pequenos produtores e com os assentamentos rurais. Pois, com essa média de cabeças por propriedade, fica evidenciado que este segmento requer mais atenção”, considerou.

Para o secretário de Desenvolvimento Rural em exercício, Jilson Francisco da Silva, “a identificação de que são pequenas propriedades demanda novas ações”.

Coutinho destacou que de um universo de 112 mil propriedades rurais, 8,8 mil deixaram de comunicar a imunização até o último dia 10 de junho, prazo final para o procedimento. Ele frisou que, na prática, parte desses animais pode estar vacinada, faltando apenas o pecuarista informar o escritório do Indea da região.

Identificadas as propriedades, o Indea após autuar de forma administrativa e pecuniária, passa a assistir a imunização do rebanho. Para quem vacina e não comunica, a sanção é ficar sem transitar animais pelo dobro do tempo em que esteve sem comunicar. Para quem não vacinou, a multa é de R$ 58 por cabeça, mais despesa da aquisição da dose, que varia em torno de R$ 1.

Baixo e Médio Araguaia

Outro resultado tão comemorado quanto o índice de cobertura vacinal no estado foi a elevação dos percentuais de animais vacinados na região do Baixo e Médio Araguaia, que nas últimas duas etapas (fevereiro/05 e novembro/04) tiveram cobertura perto dos 90%. Os 20 municípios da região detêm cerca de 2,8 milhões de cabeças das 26 milhões do rebanho estadual.

Para Coutinho, além deste incremento no volume de animais imunizados, nenhum município da região registrou percentuais abaixo de 93%. “Para a Organização Internacional de Epizootias (OIE), o mínimo aceitável é de 90%”, enfatizou.

Ele explicou que desde o planejamento desta etapa de maio, Indea, Famato, Fundo Emergencial para Febre Aftosa (Fefa) e a Superintendência Federal de Agricultura (SFA) tiveram a atenção de direcionar vacinas para os municípios e de realizar um acompanhamento semanal, durante o mês de vacinação.

Somente Tapurah registrou índice de cobertura vacinal de 78,73%. Coutinho destacou que o município tem pouca expressão em volume de animais, mas é uma localidade que preocupa, pois possui muitas áreas novas de assentamento.

Em fevereiro, ficaram abaixo de 90% os rebanhos localizados em: Diamantino, Campinápolis, Cocalinho, Querência, Ribeirão Cascalheira, Porto Esperidião, Acorizal, Nobres, Nova Brasilândia, Rosário Oeste, Nova Maringá, Nova Ubiratã, Santa Rita do Trivelato, Tapurah, Alto Araguaia, Itiquira, Juscimeira, Pedra Preta, Alto da Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia, Confresa, Luciara, Novo Santo Antônio, Santa Terezinha, São Félix do Araguaia, Serra Nova Dourada e Vila Rica.

Fonte: Diário de Cuiabá/MT (por Marianna Peres), adaptado por Equipe BeefPoint

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