Por Licinia de Campos
Você se sente cansada, letárgica, ou de baixo astral? Está difícil de se concentrar? Com freqüência fica com a respiração ofegante? Você pode estar sofrendo de anemia ferropriva, uma condição que aflige cerca de 1 em 5 mulheres em idade reprodutiva, especialmente vegetarianas ou vegans, que não ingerem alimentos ricos em ferro o suficiente e tem períodos menstruais pesados.
As mulheres no período pré-menopausa necessitam de no mínimo 18 mg de ferro diariamente, sendo que a maioria consome 10 mg ou menos. “Para a maioria das mulheres, não é um problema, a menos que esteja com perda excessiva de ferro durante seu período menstrual, gravidez, ou por seu trato intestinal, causado por uma úlcera ou tumor” afirma o Dr. Craig Kitchens, professor de Medicina na Universidade da Flórida.
O ferro ajuda a carrear o oxigênio para os tecidos, inclusive para o cérebro. Quando os níveis de ferro diminuem, o organismo fica com pouco oxigênio disponível, resultando em fadiga, perda de memória, concentração reduzida, apatia, perda de atenção e atuação reduzida no trabalho.
Outros sintomas incluem: unhas quebradiças, mãos e pés frios e pernas fatigadas. O mineral também exerce um papel vital no sistema imunológico e metaboliza vitaminas essenciais do complexo B. Sem o ferro adequado, a saúde fica mais suscetível a resfriados e outras infecções.
Anemia por deficiência de ferro
Uma mulher que esteja deficiente em ferro tem somente o suficiente para suprir o organismo, enquanto que uma mulher anêmica não tem ferro suficiente para as necessidades do organismo. As causas da anemia incluem deficiência de vitamina B ou ácido fólico, úlceras, hemorróidas, ou qualquer outro tipo de hemorragia interna.
Quando o armazenamento de ferro é depletado, pode levar de algumas semanas a 6 -12 meses para ser restaurado, dependendo da severidade da anemia. Se o tratamento para deficiência de ferro não surtir efeito em um mês, o dr. Kitchen diz que se deve comunicar ao médico sem parar de tomar a suplementação só porque os sintomas aumentaram. Se o tratamento levar mais que 3 meses, pode haver sérias causas inerentes.
A anemia ferropriva só pode ser diagnosticada através de teste de sangue por um profissional qualificado de saúde. A ferritina sérica, o ferro sérico, e os testes de mensuração da capacidade total de ligação do ferro são usados para detectar a anemia em deficiência de ferro e os resultados são revistos junto com as concentrações de hemoglobina, hematócritos, MCB e MCH.
Se estiverem baixas, o paciente tem anemia ferropriva. Se somente a ferritina estiver baixa, o provável diagnóstico é anemia ou doença crônica e o dr. Kitchens diz que ele prescreveria então a forma mais comum, sulfato ferroso, para seus pacientes.
Existe uma divergência a respeito do uso do sulfato ferroso pelos profissionais de medicina. É porque pode ser danoso ao estômago e com freqüência causa fezes sanguinolentas, diarréia, constipação, inchaço e anorexia.
Existem pontos de evidência que as formas suplementares de ferro podem gerar radicais livres, subprodutos do uso do oxigênio que atacam e danificam as células cerebrais e podem provocar o avanço da perda de memória e raciocínio. O ferro é encontrado em 2 formas: heme e não- heme. O ferro heme, que compõe até 40% da carne, aves e pescado, é bem absorvido.
O ferro não-heme, 60% do ferro nos tecidos animais e de todas as frutas, hortaliças, grãos e oleaginosas (nozes) não são tão bem absorvidos (biodisponibilidade).
O lado negro do ferro
Alguns médicos cardiologistas recomendam suplementos vitamínicos e minerais mas não de ferro, exceto em casos severos.
O excesso de ferro está ligado às doenças cardíacas. Para pacientes com deficiência em ferro, recomenda-se passas orgânicas, suco de ameixa, mais carnes, vinho tinto e para o vegetarianos, misturas de grãos, para aumentar os níveis de ferro.
Um estudo conduzido entre 1900 homens de meia idade na Finlândia concluiu que altos níveis de ferro eram a segunda causa, depois do fumo, de ataque cardíaco, significando que não se deve ingerir suplementos de ferro a menos que absolutamente necessário.
Altos níveis de ferro pode ser tóxicos. Os especialistas avisam que os suplementos não devem ser usados para tratar a não ser na anemia ferropriva e evitado por qualquer pessoa com hemossiderose, um precursor da hemocromatose (calcula-se que 1 milhão de pessoas nos EUA tem essa desordem hereditária na qual os intestinos absorvem muito ferro).
Para obter a quantidade certa – e o tipo certo – de ferro:
– Inclua carnes ricas em ferro na refeição;
– Consuma um alimento rico em vitamina C, tal como suco de laranja, com uma hortaliça rica em ferro, tal como espinafre.
– Evite consumir chá, antiácidos, tofu, soja ou tetraciclina quando tomar suplementos de ferro;
– Mude para outra marca ou forma de suplementação de ferro e tome durante as refeições, se desenvolver constipação ou diarréia;
– Consuma bastante vitamina B12 e ácido fólico. As melhores fontes alimentares de B12 são fígado bovino, conchas, ostras, atum, leite, iogurte, ovos e queijo. Esteja ou não grávida, tente ingerir a quantidade recomendada de 400 microgramas de ácido fólico em sua dieta diária. Boas fontes alimentares incluem folhas de cor verde escuro, feijão fradinho, feijão em geral e suco de laranja.
– Se optar pela forma heme do ferro, vá pelos produtos animais como fígado, conchas (mariscos e mexilhões), salmão, ostras e sardinhas. As boas fontes de ferro não- heme são: aveia, soja, folhosos verdes, brócolis, espinafre, ovos, passas pretas, peixe, frutas secas (figos, damascos etc), nozes, cereais fortificados, chocolate, tofu, amêndoas, abacate, beterraba, melado, levedo de cerveja, tâmaras, feijões, lentilhas, pêssego, pêra, arroz e trigo integral e gergelim.