O governo brasileiro criticou o protecionismo da Europa no setor agrícola e alertou que alguns dos produtos de maior interesse para a balança comercial do País continuam enfrentando barreiras importantes no mercado europeu, entre eles a carne. A queixa brasileira foi ecoada por críticas feitas pelo governo de Donald Trump e pelas autoridades da Argentina contra a Europa.
As críticas foram feitas na Organização Mundial do Comércio (OMC), durante a sabatina que a entidade realiza a cada dois anos com Bruxelas para avaliar suas políticas comerciais. O questionamento brasileiro ocorre no mesmo momento em que a Europa critica de forma dura o comportamento do governo do Brasil no que se refere ao controle sanitário de suas exportações de carne. Bruxelas chega a ameaçar fechar seu mercado por causa das revelações sobre fraude.
De acordo com o Itamaraty, ainda que a tarifa média de importação da Europa seja de 14,1%, certos produtos são sobretaxados em 138%.
O governo brasileiro ainda questionou a escalada tarifária dos europeus, impostos específicos e um total de 124 produtos que sofrem algum tipo de cota para entrar no mercado da União Europeia. Da pauta de exportação brasileira, açúcar, etanol e carne sofrem uma proteção particular.
As queixas brasileiras serão ainda respondidas por escrito pela União Europeia. Mas já antecipando seu argumento, a delegação de Bruxelas na OMC insistiu no fato de que os subsídios à exportação foram encerrados em 2013 e que o apoio doméstico sofreu uma mudança significativa nos últimos anos.
Falando aos governos na OMC, o vice-diretor de Comércio da Europa, Joost Korte, insistiu no fato de que o bloco tem uma tarifa média de importação de apenas 6% e que está comprometido com acordos bilaterais de comércio para aprofundar a abertura comercial.
Fonte: Estadão, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.