O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta terça-feira (7) que a reunião desta noite entre técnicos da sua Pasta e autoridades chinesas deve ser a última antes da retomada das vendas de carne bovina brasileira após o caso atípico do “mal da vaca louca”. A reunião virtual estava agendada para as 22h (horário de Brasília).
“Não temos mais pendências. Toda a rastreabilidade dos animais, que foi só um, mas como era pai, mãe, irmãos, se algum teve sintomas, tudo isso foi feito. Informações sobre os hábitos alimentares”, disse Fávaro. “A reunião talvez seja a última pra tirar dúvidas. A China evidentemente deve terminar suas análises e esperamos que o mais rápido possível possamos restabelecer o mercado brasileiro”, completou.
Os chineses já sinalizaram que não devem exigir visita presencial das autoridades brasileiras à China para a retomada.
“Sugeri a ida de uma comitiva dos secretários de Relações Internacionais [Roberto Perosa] e Defesa Agropecuária [Carlos Goulart] à China e eles disseram que não era necessário, que estavam satisfeitos com a condução do processo”, afirmou o ministro em evento de posse da nova diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília.
Fávaro deve integrar a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que vai ao país asiático no fim do mês. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu que o caso registrado no Pará foi atípico e manteve o status de país com risco insignificante para a doença.
O ministro disse ainda que a provável retirada da suspensão dos embarques para a China fará com que os outros países que colocaram embargos aos negócios (Jordânia, Irã e Tailândia, além da Rússia que colocou restrições para a carne do Estado do Pará, em específico) devem abrir seus mercados imediatamente.
Em 2021, quando as exportações para a China ficaram suspensas por quase quatro meses por conta de dois casos atípicos de vaca louca no país, o Brasil deixou de vender cerca de R$ 13 bilhões aos chineses. Agora, são 15 dias de embargo.
“Quanto antes levantar o embargo, menor o prejuízo”, disse. Ele ponderou que, se o período de mercado trancado não for longo, o setor exportador pode recuperar o ritmo dos negócios ao longo do ano. “É factível que [o mercado exportador] se recupere durante o ano e para ganharmos novos mercados, objetivo de cadastrar mais plantas”, completou.
Nesta terça-feira, o México abriu seu mercado para carne bovina brasileira. Fávaro atribuiu a medida ao “bom humor do mundo” com o novo governo no Brasil.
Fonte: Valor Econômico.