No dia 4 de abril, será realizado o BeefSummit Sul, em Porto Alegre/RS. O evento será organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O BeefSummit Sul vai reunir nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A expectativa é de um público de 400 pessoas, entre produtores e investidores, tornando o BeefSummit uma excelente oportunidade de gerar novos negócios.
No dia do evento, o BeefPoint irá homenagear as pessoas que fazem a diferença e têm paixão pela pecuária de corte no Sul do Brasil com o Prêmio BeefPoint Edição Sul. Há vários finalistas, em 13 categorias diferentes.
O público irá escolher através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor os indicados, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.
Conheça José Paulo Schneider (Kaju), finalista na categoria Liderança Pecuária (mais de 45 anos).
João Paulo Schneider da Silva (Kaju) tem 54 anos, é formado em arquitetura URGS em 1984, trabalha há 30 anos junto com Eduardo Macedo Linhares na Gap Genética (até 1993 era Cabanha Azul), onde exerce o cargo de diretor comercial, é também membro do conselho administrativo da empresa e presidente do conselho operacional de pecuária. Atualmente, está ocupando a presidência do Sindicato e Associação Rural de Uruguaiana/RS, onde há 10 anos colabora na diretoria. Participa das diretorias das Associações de Angus e Brangus, na área de marketing.
Kaju também é jogador de golf, passa todos finais de semana na fazenda e seus livros preferidos são os de Ken Follet – autor predileto; mas gosta de qualquer livro que mescle história com ficção.
BeefPoint: O que você implementou de diferente na pecuária do Sul do Brasil, que levou você a ser um dos finalistas do Prêmio BeefPoint Edição Sul 2014?
João Paulo Schneider: Certamente o mérito da escolha do meu nome deve-se ao desempenho da minha empresa, fruto do trabalho de uma grande equipe e que traz visibilidade para quem trata diretamente com o mercado. Por se tratar também de uma empresa que comercializa produtos de alto valor agregado (genética).
BeefPoint: Em sua opinião qual o papel de um líder pecuário?
João Paulo Schneider: A pecuária é uma atividade que engloba muitos processos e estes são controlados por pessoas, assim o líder deve compreender as virtudes e limitações de sua equipe e entusiasmá-la com objetivos claros e atingíveis.
Para tanto é necessário em primeiro lugar o exemplo, pois enquanto que mil palavras podem direcionar, o exemplo arrasta.
BeefPoint: Quais as principais diferenças, como maneiras de pensar e agir de um líder pecuário – com mais de 40 anos – comparado a um líder pecuário da nova geração (até 45 anos)?
João Paulo Schneider: O líder mais novo “ombreia” junto com seus comandados e o mais velho se utiliza da sabedoria acumulada, a fim de chegar em soluções de bom resultado.
BeefPoint: O que te traz mais resultados?
João Paulo Schneider: Ter metas sempre no seu negócio, e depois de atingi-las criar novas – com maior desafio, acostumando-se num ambiente de melhoria contínua. Como dizem os mais novos, temos que nos puxar!
BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?
João Paulo Schneider: Estamos constantemente errando, mas isso faz parte do nosso aprendizado. Assim, quando dividimos nossas inseguranças com os companheiros e temos capacidade de ouvi-los (principalmente os mais velhos); além de ter humildade para saber que nada sabemos, dificilmente incidimos em grandes erros e frustrações.
BeefPoint: O que você considera mais importante na pecuária?
João Paulo Schneider: A nobreza de uma atividade que produz alimentos da mais alta qualidade, cumprindo uma função social indelegável.
BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária do Sul do Brasil hoje?
João Paulo Schneider: A distinção dos produtos derivados da carne, baseada nas seguintes diferenças: sustentabilidade de uma produção em campo natural (sem confinamento), animais castrados e por isso, com acabamento precoce. Além do mais, é um único ambiente brasileiro para novilhos 100% britânicos, com tradição e cultura campeira, status e segurança na sanidade pela posição geográfica, etc.
BeefPoint: Qual inovação / novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que precisamos inovar?
João Paulo Schneider: A compra qualificada introduzida pelo Frigorifico Mercosul, há 15 anos, foi um divisor de águas, assim também como os programas das associações que trabalham com marcas de carnes. Sendo assim, ações como essas, transformaram – com base na sinalização da vontade do consumidor – todo o sistema de produção.
Enfim, penso que qualquer movimento no sentido de criar mais renda ao pecuarista passa por um diagnóstico correto de mercado, sendo necessário rápidas adaptações para o produtor se manter na onda da competitividade.
BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2014? E por quê?
João Paulo Schneider: Tentar ser um exemplo para os meus seguidores, colegas,colaboradores e filhos, como profissional de luta por melhores dias a sociedade.
BeefPoint: Quem você admira por fazer um excelente trabalho?
João Paulo Schneider: Meu sogro é um grande exemplo de liderança. Valter José Pötter também é um grande exemplo de eficiência. Miguel Cavalcanti é um grande exemplo de agregação e dinamismo. Carlos Sperotto, um grande exemplo de dirigente classista. Assim, penso que devemos nos espelhar nas virtudes de todos aqueles que nos cercam e não ser contagiados por derrotistas de plantão.
BeefPoint: Em sua opinião, o que deve ser feito para aumentar o envolvimento dos jovens na agropecuária?
João Paulo Schneider: Começar por casa e pelas escolas um trabalho de imagem positiva da nossa atividade, que como já falei anteriormente – é nobre e socialmente correta. Não tem preço ver um terneiro nascer a partir de um planejamento humano!
BeefPoint: Qual seu recado para os pecuaristas?
João Paulo Schneider: Imagina só se esta atividade tivesse uma rentabilidade alta, faltaria gente para outras profissões.
2 Comments
Parabéns pela entrevista, realmente é uma profissão nobre e deveria ser incentivada e entendida nos bancos escolares…
Um abraço.
Kaju, meu amigo, parabéns antecipado pela indicação do seu nome… Verdadeira liderança rural. Forte abraço.
Fernando Cunha – Bauru,SP