Os planos de mudanças nas regulamentações referentes à importação de certos animais, carnes e outros produtos de origem animal pelos Estados Unidos foram criticados pela Associação Nacional dos Produtores de Carne do país (NCBA).
A NCBA solicitou ao Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (APHIS/USDA) que organizasse uma reunião pública aberta o mais breve possível para reunir especialistas da indústria de carnes a fim de discutirem o assunto.
Em uma carta enviada ao APHIS, a NCBA fez seus comentários referentes às mudanças propostas nas regulamentações, as quais se referem à verificação dos requerimentos de cocção para os produtores originários de países onde existe febre aftosa, peste bovina, entre outras. A NCBA disse que revisou cuidadosamente as mudanças propostas e consultou inúmeros especialistas neste assunto da indústria.
“Como resultado de nossa revisão, nós deixamos registrado que nos opomos às mudanças propostas”, disse o produtor e presidente do Comitê de Saúde e Bem-Estar Animal da NCBA, Gary Wilson. “Os eventos ocorridos em 11 de setembro do ano passado ilustram que existem alguns grupos e indivíduos que podem prejudicar nossa economia. Sendo assim, nós achamos que é hora de reavaliarmos os riscos associados com a importação de produtos derivados de carne cozidos aos EUA para garantir que estamos usando sistemas modernos e baseados em ciência, “as melhores tecnologias” e procedimentos de amostragem estatisticamente válidos, assegurando que nós estamos realmente evitando a importação de doenças animais de outros países”.
“A proposta do governo, publicada em 22 de maio de 2002, falha em incluir uma análise do nível de risco associado com a importação de produtos derivados de carne cozidos, as mudanças nos riscos que poderão ocorrer, a validade estatística de se tomar uma amostra por lote de carne cozida, o impacto do descongelamento e recongelamento de amostras e o impacto da validade do teste chamado “caldo rosa” (pink juice test), além de muitos outros pontos importantes”.
A NCBA disse também que o Serviço de Inspeção de Segurança dos Alimentos do USDA (FSIS/USDA) vem há algum tempo contestando a validade do teste pink juice test como uma forma confiável de documentar o correto cozimento da carne moída com relação à segurança alimentar.
“Há vários estudos que documentam condições onde um douramento prematuro ocorreu na carne, sendo que o teste do caldo rosa falhou ao indicar o cozimento apropriado. O FSIS/USDA está mudando o procedimento, dizendo que a temperatura real do produto é a única forma confiável de garantir o adequado cozimento do mesmo. Este fato nos leva a crer que o uso de Dispositivos Indicadores de Temperatura (TID) em todos os produtos cozidos mandados aos EUA, juntamente com amostras estatisticamente válidas para verificar a anuência, pode ser a única forma efetiva de documentar esta anuência e garantir que temos sistemas baseados em dados científicos em vigor a fim de evitar a introdução no país de doenças animais de outros países”.
O NCBA solicitou que o APHIS/USDA organize um fórum aberto para discutir este problema a fim de garantir que o comércio de produtos derivados de carne cozida seja baseado em dados científicos.
Fonte: MeatNews, adaptado por Equipe BeefPoint