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Negócio inédito na Expointer: pregão virtual

Uma modalidade inédita de negócios com gado gordo no Brasil deve impulsionar as vendas na Expointer 2002, que será realizada de 26 de agosto a 1o de setembro, em Esteio/RS. A Bolsa de Novilhos, um pregão virtual, transmitido ao vivo pelo Canal Rural, vai concentrar a atenção dos produtores no dia 26, a partir das 8h30min. Pelo menos dois mil bovinos para abate serão ofertados. Os compradores, os frigoríficos, terão à disposição para os negócios R$ 2 milhões já garantidos pelo Banrisul.

“A realização da Bolsa é inédita no Brasil e o faturamento com a venda de animais na feira deve dobrar”, calcula o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Raças (Febrac), promotora do evento, José Paulo Cairoli.

O pecuarista acredita que a soma no leilão virtual deve passar de R$ 1,6 milhão. Na Expointer 2001, o faturamento total com a venda de animais foi de R$ 2,28 milhões. Segundo o responsável pelo comando do martelo, leiloeiro Alexandre Crespo, as imagens dos novilhos inscritos na Febrac para serem ofertados serão projetadas em um telão, instalado no auditório do prédio da administração do parque Assis Brasil. Os frigoríficos interessados, cadastrados no Banrisul, poderão fazer os lances diretamente do local ou pelo telefone, via Canal Rural. Os lotes colocados à venda terão de 20 a 25 animais.

As imagens dos exemplares começaram a ser gravadas pelas equipes do Canal Rural na última semana. No total, serão percorridas 23 propriedades que ofertarão novilhos no pregão.

Na avaliação do pecuarista Joaquim Francisco de Assumpção Mello, que vai colocar à venda 50 animais, essa modalidade garante vantagens para toda a cadeia produtiva. “O setor frigorífico terá aporte financeiro com juros acessíveis. O produtor, além de ter garantia de pagamento, não precisará deslocar os animais, como ocorreria se fosse vender em uma feira convencional, reduzindo os custos” compara Mello, que inverna 1,8 mil reses.

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Zilmar Moussalle, aprova a idéia. “É um bom negócio para os frigoríficos, que poderão fazer um capital de giro” ressalta.

Moussalle lembra que o limite de financiamento por indústria será de R$ 180 mil. Na última semana, o sindicato enviou correspondência aos 60 frigoríficos associados, explicando os procedimentos do leilão e como fazer o cadastro no Banrisul. Segundo ele, as 10 maiores empresas do ramo no Estado já se habilitaram para participar. O banco está analisando o cadastro dos abatedouros. Os recursos terão taxa de juros de 8,75% ao ano e prazo de até seis meses para pagamento.

Fonte: Zero Hora/RS (por Lisiana dos Santos), adaptado por Equipe BeefPoint

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