A baixa volatilidade do mercado futuro do boi gordo na BM&FBovespa pode pressionar preços e dificultar as programações de hedge de pecuaristas. “O mercado precisa retomar isso, porque se continuar assim, começa uma espiral negativa. Se perdermos essa ferramenta, a pecuária vai dar um grande passo pra trás”, disse o sócio-diretor da Radar Investimentos, Leonardo Bovo.
Segundo Bovo, que também é membro da câmara consultiva do boi gordo e do milho na BM&F no biênio 2016-2018, essa baixa volatilidade (ou seja, poucos players atuando neste mercado) se acentuou no segundo semestre deste ano e ainda permanece, precificando também os contratos com vencimento em 2017, que estão abaixo do patamar de R$ 150.
Segundo ele, no auge do mercado, em 2008, o vencimento outubro chegou a ter mais de 70.000 contratos. “Hoje a bolsa toda não vai ter mais de 5.000 contratos após o vencimento de novembro (atualmente com cerca de 4.000 contratos)”.
Para Bovo, um dos motivos desta baixa volatilidade é estabilidade do mercado físico, que vem trabalhando com a arroba do boi gordo em um patamar de R$ 150 desde setembro. Ele no entanto descartou a possibilidade de um encerramento do mercado futuro do boi, como já aconteceu com o mercado futuro do bezerro.