O bom desempenho de um animal em leilões e exposições é resultado, principalmente, de suas características genéticas. Mas, além de avaliar as características da raça e o quesito funcional (aprumos, articulações e parte sexual), os jurados também analisam o "comportamento" do animal na pista.
Em pistas de julgamento, além de bons critérios genéticos, o animal deve ser manso, ter expressão, porte e elegância
O bom desempenho de um animal em leilões e exposições é resultado, principalmente, de suas características genéticas. Mas, além de avaliar as características da raça e o quesito funcional (aprumos, articulações e parte sexual), os jurados também analisam o “comportamento” do animal na pista.
De acordo com o jurado da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) e da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Célio Arantes Heim, é avaliado se o animal entra na pista respeitando a distância definida pelo tratador e se obedece ao limite do ” diagrama” (formato) da pista. “Observamos, ainda, se o animal reluta ao ser puxado, se “atropela” o tratador ao ser conduzido e se precisa levar bronca ou até apanhar para fazer o percurso”, afirma o jurado. “Para julgamentos de bovinos, o item comportamento é considerado de média exigência.”
Ele explica que, em pista, o animal deve ter “expressão e elegância”. A cabeça não pode ser nem baixa e nem virada para cima e o animal não pode se mostrar nem muito agitado e nem muito sonolento. “Normalmente, animais domados e bem treinados para esse tipo de competição prestam atenção ao comando do tratador e não se assustam em ambientes ruidosos ou entre pessoas desconhecidas”, comenta. Para simular o ambiente de leilões e exposições na fazenda, pecuaristas trabalham com um rádio ligado para acostumar os animais ao barulho.
Perda de pontos
Segundo o jurado da ACNB, a característica da “mansidão” é importante não apenas para demonstrar a elegância do animal, mas por possibilitar a avaliação funcional do animal. “Se o animal está muito agitado, os jurados não conseguem visualizá-lo de frente, de lado e de costas, para pontuá-lo”, justifica. “Sem o animal parado ou se posicionado de maneira inadequada diante dos juízes, não dá para avaliar a conformação da carcaça, a abertura do peito e o encaixe do pescoço, por exemplo.” O comportamento adequado em pista torna-se ainda mais importante porque, como a qualidade genética dos participantes está cada vez mais semelhante e de alto nível, um detalhe faz a diferença e pode definir o vencedor.
Não existe uma tabela de pontos específica para avaliar o quesito “mansidão”. Embora seja raro acontecer, um animal penalizado pode perder pontos ou até não pontuar, caso dificulte o trabalho dos jurados, de forma subjetiva. “Isso é difícil de acontecer. Se o animal não responde ao manejo na fazenda para se apresentar em pista, é descartado para esse tipo de competição. Esse trabalho de seleção já é feito.”
Segundo Heim, os animais da raça nelore são mansos e sociáveis e, se bem tratados, respondem muito bem ao manejo na fazenda. “Hoje, apenas de 1% a 3% do gado nelore não é domado.”
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo/ Assessoria de comunicação da ACNB (ContatoCom > Comunicação Integrada)
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