Nelore Natural se prepara para conquistar o mercado externo e aumentar presença no prato dos brasileiros

Dono de 195 milhões de hectares de pastos distribuídos por quase 1,7 milhão de propriedades, o país abate mais de 30 milhões de bovinos que participam do PIB nacional na casa de US$ 30 bilhões. Olhando este quadro, dá para entender porque sustentar um ciclo de crescimento equilibrado na produção e renda do setor pecuário tornou-se o desafio do Programa de Qualidade Nelore Natural, desde sua implantação em agosto de 2001.

Na esteira dos bons negócios, no último dia 10 de junho, a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) ­ maior organização no país de pecuaristas de uma só raça – selou acordo comercial com o Grupo Independência garantindo à carne Nelore Natural espaço privilegiado. A estratégia é levar a marca de carne mais expressiva do mercado brasileiro ao ponto de coqueluche nas prateleiras do varejo internacional e, de quebra, frequentar as principais cozinhas e restaurantes nacionais. O potencial de abate deste que é um dos maiores frigoríficos do País atinge 920 mil carcaças/ano, na forma de diferentes cortes, atendendo milhares de consumidores aqui e lá fora.

Responsável em 2002 pelo faturamento de US$ 250 milhões, o Grupo Independência exporta 75% de sua produção, onde o Nelore preenche a gorda fatia de 85%. O Grupo possui em seu cadastro 4.600 clientes em todo Brasil atendidos por quatro plantas de abate: uma em Presidente Venceslau, São Paulo, e as outras no estado do Mato Grosso do Sul, nas cidades de Campo Grande, Nova Andradina e Anastácio.

Nestas unidades serão produzidos alimentos à base de carne Nelore Natural para atender organizações como Johnson & Johnson, General Motors, Hospital Albert Einstein e produtos “baby food” Nestlé. Alguns pontos de venda estarão distribuindo os cortes Nelore Natural em várias regiões como: Casa de Carnes London (Jardim Paulista – SP), Casa de Carnes Rainha da Praça (Vila Nova Conceição – SP), Comercio de Alimentos Santa Bárbara (Morumbi – SP), Barão Ville (Alphaville ­ SP). Alguns restaurantes e churrascarias também estarão servindo em seu prato o Nelore Natural, caso do Ponteio I e II (Jaguaré ­ SP) , Jardineira Grill (Vila Olímpia – SP), Churrascaria Mairus (Leme, Barra e Copacabana ­ RJ).

O Grupo tem mais de 5.000 pecuaristas fornecedores que serão convidados a formalizar sua adesão ao PQNN (hoje o total de participantes é de 350). A meta é que 100% dos animais Nelore abatidos no Independência sejam submetidos aos critérios de classificação propostos pelo PQNN e que todos os fornecedores sejam cadastrados no Programa e certificados (Certificação de Origem e de Conformidade).

Vantagens ao pecuarista

Este acordo garante vantagens adicionais ao pecuarista participante do PQNN:

Consolidação da marca Nelore Natural no mercado ­ O PQNN é uma iniciativa pioneira da ACNB de levar a marca do pecuarista até a mesa do consumidor final;

Incentivos Fiscais – Ao aderir ao PQNN será providenciado o credenciamento do pecuarista no PROAPE / Novilho Precoce do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul que oferece incentivos fiscais de acordo com a classificação das carcaças, podendo atingir até 67% de restituição do ICMS;

Premiação pela qualidade do couro ­ A adesão garante participação automática no Programa de Classificação pela Qualidade do Couro do Independência Alimentos;

Prêmio pela Rastreabilidade no SISBOV ­ O Independência Alimentos pagará ao pecuarista R$ 5,00 / boi certificado;

Certificação -As certificadoras SBC e OIA Brasil se comprometem a certificar origem e conformidade, de acordo com as exigências do SISBOV, pelo custo de R$ 2,00 / cabeça, que será pago apenas no momento do abate;

Adesão na ACNB – Ao atingir 100 cabeças classificadas no PQNN, o Independência Alimentos irá restituir ao pecuarista 50% da sua primeira anuidade na ACNB (Sócio Produtor);

Brincos – A Allflex do Brasil, em parceria com a ACNB, oferece aos participantes do PQNN vantagens exclusivas e descontos especiais na aquisição de brincos de identificação no padrão SISBOV;

Melhoramento Genético – O pecuarista que certificar seu rebanho, neste primeiro ano, estará automaticamente participando do Programa da USP. Toda a base de dados da rastreabilidade, mediante autorização do pecuarista, será acoplada ao PMGRN de modo a incrementar a acurácia da avaliação genética do programa da USP. Além das informações de crescimento e ponderal nas fazendas (peso a desmama, peso ao sobreano e peso pré-abate), todos os dados de carcaça destes animais com pais conhecidos retornarão ao PMGRN para avaliação genética das características de carcaça. Desta forma, as fazendas de gado comercial entram para o maior banco de dados da raça no País e passam a obter informações estratégicas para incremento de sua produtividade.

A dinâmica de acordos comerciais, convênios e parcerias firmados nos últimos meses pela ACNB explica os motivos deste setor estar tão ansioso por resultados. O bom momento que atravessa a pecuária de corte poderá favorecer a elevação do índice de consumo interno ­ 36 kg/habitante/ano ­ estável nos últimos anos.

Todas as parcerias feitas pela ACNB visam preparar o produtor para competir com igualdade e em condições de chegar em primeiro lugar. Carlos Viacava, presidente ACNB, define a importância da negociação: “Estamos trabalhando para a valorização da pecuária brasileira, fortalecendo o Nelore, como uma carne de qualidade, sem esquecer de facilitar o acesso do criador ao Programa”.

Carta comunicando o acordo foi enviada por fax, logo após o término da reunião, para o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, para o Secretário Executivo do MAPA, José Amauri Dimarzio, e para o Governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT.

Fonte: Contatocom – Comunicação Em Agronegócio & Meio Ambiente (por Miro Negrini)