Criadores, técnicos e pesquisadores, reunidos esta semana, em Ribeirão Preto, no 6o Simpósio da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), decidiram pedir ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a criação de um Comitê Consultivo de Apoio ao Sisbov (Sistema Brasileiro de Rastreabilidade Bovina). Defenderam que pesquisadores, extensionistas e criadores estejam representados no comitê, através das suas associações de classe.
Segundo o presidente da ACNB, Carlos Viacava, essa participação é essencial para o setor produtivo, em virtude da desinformação existente entre os criadores sobre o Sisbov, considerando a importância do sistema para o comércio exterior da carne brasileira. A função desse comitê, de acordo com o diretor de marketing da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Nelson Pineda, seria de assessorar a Secretaria de Defesa Animal do Mapa, ”sobre a viabilidade e análise de pontos críticos do projeto de implantação do Sisbov”.
Os criadores reivindicam também que a adesão seja espontânea e não compulsória por parte dos pecuaristas, permitindo a criação de sistemas de remuneração diferenciados.
Outro pedido dos pecuaristas é a permanência da vacinação obrigatória contra a febre aftosa, sem interrupção em todo o Brasil, enquanto todo o território nacional e o de países que fazem fronteira não forem considerados ”internacionalmente” como livres da doença.
O temor é que casos da doença que possam acontecer não só aqui, mas nos países vizinhos, possam ”atrapalhar” a imagem da carne brasileira no exterior.
O secretário de produção e comercialização do Ministério, Pedro de Camargo Neto, um dos participantes do simpósio, garantiu que, no caso da carne, a abertura de novos mercados para o Brasil ou o fechamento de bons acordos comerciais dependem, fundamentalmente, do controle da febre aftosa.
Segundo o representante do Mapa ”a falta de integração entre os Estados produtores de carne coloca metade do território brasileiro sob risco desconhecido a respeito da doença, provocando uma insegurança dos prováveis compradores”.
Camargo lembrou que o aparecimento da doença na Argentina e Uruguai, recentemente, fez com que o Brasil ocupasse no exterior o mercado de carne desses dois países e é preciso preservar este espaço. ”O controle da doença está na mão dos próprios pecuaristas”, advertiu.
Ainda existem regiões do País onde o risco é eminente; risco provocado por aquele pecuarista que compra a vacina só para ter a nota fiscal, exigida pelo Governo para obter a guia de trânsito de animais, e deixa o produto na caixa, sem imunizar e garantir a saúde de seu próprio rebanho.
Fonte: Folha de Londrina (por Cláudia Barberato), adaptado por Equipe BeefPoint