Análise semanal – 12/04/2006
12 de abril de 2006
Brasil Certificação parcela certificação em até seis vezes e lança programa de fidelidade
17 de abril de 2006

Nelson Pineda: propriedade certificada é avanço conceitual

O diretor técnico científico da ABCZ, Nelson Pineda, foi enfático ao defender a importância das transformações conceituais que o Sisbov vem passando, e da rastreabilidade para a manutenção dos mercados internacionais. “Nossa posição não se sustenta se nós não implantarmos a rastreabilidade”, disse.

O plano de rastreabilidade, segundo ele, deve ser implementado em “módulos”, estabelecendo metas e prazos factíveis, “porque esse negócio de marcar uma data e não conseguir é muito ruim”.

Fortalecer o sistema

Pineda explicou que, com o sistema funcionando de forma rígida como vem sendo proposto, reduzirá as brechas para os frigoríficos que “burlam” as exigências, como rastrear os animais na entrada do frigorífico. Dessa forma, as indústrias serão obrigadas a respeitar o sistema, valorizando o produto identificado.

Para explicar este ponto de vista, apontou que a “informalidade” torna o processo de rastreabilidade vulnerável. Minimizando isso, o frigorífico será “forçado” a pagar mais, já que o processo é conduzido de forma controlada.

Propriedade certificada

O principal ponto defendido por Pineda foi a mudança na qual a propriedade passa a ser certificada. Segundo ele, este é um grande avanço conceitual. “Rastreabilidade não significa certificação. Rastreabilidade significa identificar o animal em um processo e saber onde ele está e onde ele foi”, afirmou. Portanto, a partir deste conceito, é o processo produtivo que passa a ser certificado.

Isso deverá fortalecer todo o processo de gestão da propriedade, do ponto de vista de sistema de produção e de informação. O desafio será convencer o produtor desta abordagem, onde ele “pensa a propriedade como um todo”.

Leitura da identificação no frigorífico

A leitura da identificação dos brincos, que sempre foi feita nos currais da fazendas antes do embarque para o abate, agora deverá ser realizada na calha de abate dos frigoríficos, o que segundo Pineda, é uma reivindicação que a ABCZ vem fazendo há muitos anos.

O DIA, portanto, deverá ser eliminado. “É inadmissível um país como o Brasil ter um passaporte bovino que não seja informação eletrônica, que viaja via internet”, afirmou.

Controle de movimentações

Nelson Pineda, reconhecendo a necessidade imediata de modernização das agências sanitárias, defendeu que estas sejam responsáveis pelo controle de movimentação dos animais. Essa é uma questão que vem sendo bastante debatida, uma vez que questiona-se o nível de infra-estrutura destes órgãos para lidar de forma eficaz com a quantidade de informações que será necessário com a nova atribuição.

Para fundamentar seu ponto de vista, ele explicou que, conceitualmente, a função da certificadora não é realizar este tipo de controle, mas auditar o processo produtivo e certificá-lo. “Certificadora é o terceiro elemento”, afirmou.

Otavio Negrelli, Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.