MS: circulação viral de aftosa persiste na zona interditada
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Notícias sobre MS deixam mercado futuro especulado

O mercado futuro vinha bastante firme em pregões anteriores, entretanto, diante de especulações sobre aftosa no MS logo cedo no mercado, a BM&F fechou em baixa ontem. A desvalorização médias dos contratos foi de R$ 0,38, sendo que fev/07 perdeu R$ 0,38, mar/07, R$ 0,50, mai/07, R$ 0,33 e outubro/07, R$ 0,51.

O mercado futuro vinha bastante firme em pregões anteriores, entretanto, diante de especulações sobre aftosa no MS logo cedo no mercado, a BM&F fechou em baixa ontem. Após duas fases de investigações no MS, o Mapa concluiu que a circulação do vírus da febre aftosa persiste na região interditada (Mundo Novo, Japorão e Eldorado), apesar de considerar as demais regiões de MS livres. O Mapa somente divulgou sua posição oficial à tarde, entretanto as especulações deixaram o mercado volátil desde cedo.

A desvalorização médias dos contratos foi de R$ 0,38, sendo que fev/07 perdeu R$ 0,38, mar/07, R$ 0,50, mai/07, R$ 0,33 e outubro/07, R$ 0,51. Ainda assim, em relação a uma semana, os contratos futuros ainda estão em alta. Segundo Rodrigo Brolo, da Intercap, “boatos sobre a ocorrência de febre aftosa no MS fizeram com que investidores derrubassem as cotações na expectativa que o pecuarista ´se assuste´ com o boato e venda seus bois. No final do dia as cotações subiram, mas ainda fecharam em queda. No mercado físico nada mudou por enquanto e os frigoríficos continuam comprando de forma comedida por conta do baixo volume de ofertas”.

Ontem, o contrato para fevereiro, que abriu o pregão a R$ 54,40/@, chegou a ser negociado ao mínimo de R$ 53,05/@, e ajustou em R$ 54,13/@. No pregão de hoje, abriu a R$ 54,10/@ e o último negócio saiu a R$ 54,13/@, até o momento em que o artigo foi escrito.

Gráfico 1. Contratos futuros para entrega em fevereiro, março, maio e outubro de 2007


O impacto no mercado futuro ontem é resultado do efeito imediato na notícia, mas é necessário acompanhar a evolução dos fundamentos no mercado físico. De acordo com o corretor de mercado da Terra Futuros, Élio Micheloni Jr, no curto prazo, se a notícia influenciar nas decisões de venda, é possível que ocorra um efeito negativo nos preços.

Não se sabe, além disso, quais serão os efeitos diante dos mercados importadores, em relação a possíveis novos bloqueios ou aberturas que iriam ocorrer. A princípio, a situação sanitária de MS não muda, dado que o Mapa somente deve manter os três município interditados. Entretanto, é necessário considerar a avaliação que a OIE e os mercados importadores farão da situação. O MS discute no sábado a possibilidade de criação de uma área tampão na fronteira ou declarar todo o estado área tampão.

Tabela 1. Fechamento do mercado futuro do boi


No mercado físico, o indicador Esalq/BM&F fechou em leve alta de R$ 0,03, para R$ 54,87/@ a vista. No balcão, entre as praças pesquisadas pelo iFNP, o triângulo mineiro recuou nas cotações e o RS, com o mercado bastante firme, fechou em alta nas duas praças. De acordo com notícia do Globo Rural de hoje, o frigorífico Mercosul deu férias coletivas aos funcionários por falta de matéria prima no RS.

Tabela 2. Cotações máximas no mercado físico do boi


No mercado físico do bezerro, o indicador Esalq/BM&F fechou em R$ 373,61/cabeça (+R$ 0,12) a vista e a relação de troca a 1:2,42, inalterada.

Otavio Negrelli, Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Antonio Pereira Lima disse:

    Criar um clima de suspense especulativo, num momento em que o mercado do boi gordo começa a se recuperar, só pode ser intencional. Posição como esta tomada pelo Mapa, e não repudiada pelos nossos representantes, além de fragilizar cria pânico em todo o setor. Se estes três municípios já estão interditados, é porque existe possibilidade de circulação do vírus, se não, já tinham sido liberado há muito tempo, portanto as entidades que representam o setor pecuário tem que tomar uma posição urgente contra este tipo de especulação, que só denigre o setor.