Mercado Físico da Vaca – 16/03/11
16 de março de 2011
Mercados Futuros – 17/03/11
18 de março de 2011

Nova bancada ruralista inclui temas antigos e incômodos

A nova bancada ruralista, composta por 217 deputados e senadores, escolheu uma ampla variedade de bandeiras polêmicas para empunhar até o fim dos atuais mandatos, em 2015. O relançamento da Frente Parlamentar da Agropecuária, comemorado ontem (16) deixou claro que os parlamentares se sentem fortalecidos pela expressiva votação obtida por membros do "núcleo duro" e pelo reforço de nomes ainda mais ligados ao lobby do campo. "Temos força e objetivos", resume o presidente da frente, deputado Moreira Mendes (PPS-RO).

A nova bancada ruralista, composta por 217 deputados e senadores, escolheu uma ampla variedade de bandeiras polêmicas para empunhar até o fim dos atuais mandatos, em 2015. O relançamento da Frente Parlamentar da Agropecuária, comemorado ontem (16) deixou claro que os parlamentares se sentem fortalecidos pela expressiva votação obtida por membros do “núcleo duro” e pelo reforço de nomes ainda mais ligados ao lobby do campo. “Temos força e objetivos”, resume o presidente da frente, deputado Moreira Mendes (PPS-RO).

As propostas da renovada bancada ruralista incluem temas antigos e incômodos. E esbarram em outras bancadas influentes, como a sindical e a ambientalista. “Nosso programa é a síntese da nossa realidade. É o que aflige o produtor. Temos que encarar de frente”, diz Mendes. “O Brasil precisa enfrentar essas discussões. Não vamos resolver tudo, ainda falta coisa. Mas é um começo”.

Depois da reforma do Código Florestal, ainda em polêmica discussão no Congresso, a bancada se prepara para combater o que considera “farra” de criação de unidades de conservação e áreas indígenas. “Não sou nenhum radical, mas precisa ter critério. É grave. Um antropólogo vai lá e resolve que determinado lugar tinha índio, mesmo transposto, e precisa demarcar”, critica Mendes.

Para ele, a Fundação Nacional do Índico (Funai) “não quer saber” se tem produção ou famílias na região. “Um simples ato do presidente da Funai, apoiado pelo ministro da Justiça, cria uma reserva e ponto. Isso virou regra para unidades de conservação e terras quilombolas. Generalizou, virou festa”.

Outra enorme polêmica está concentrada na revisão da legislação trabalhista. “Não podemos conviver com uma lei trabalhista de 1945. Quantos itens cada empregador tem que cumprir?”, questiona Mendes. Os ruralistas se queixam da extensa lista de exigências feitas pelo Ministério do Trabalho nas fiscalizações de campo. “Hoje, um trabalhador não pode nem comer um prato de comida na sombra de uma mangueira que configura trabalho escravo”.

Um tema antigo que deve ser objeto de amplo debate da bancada em outras comissões da Câmara e do Senado é a revisão dos índices de produtividade usados pelo governo para fins de reforma agrária. Hoje, basta uma portaria interministerial da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário para modificar os parâmetros. O tema está atualmente em debate.

Os ruralistas rejeitam qualquer alteração nas regras, mas os movimentos sociais buscam atualizar os índices para abrir novas áreas à reforma agrária. “Isso tem que ser debatido por várias mãos. Não pode ser feita por um ministro ou outro nem de forma ideológica. O Congresso precisa debater”, reivindica o líder ruralista.

A reportagem é do jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

4 Comments

  1. Carlos Heitor Garcia disse:

    Uma estrategia importante para a bancada ruralista,é manter os sindicatos rurais informados de quais deputados fazem parte da frente parlamentar da agropecuária,e,se realmente estão votando e apresentando projetos que beneficiem do pequeno ao grande produtor rural.

  2. Gabriel Affonso Dutra disse:

    Agora sim eu vi alguém realmente defender a nossa classe, contra esta zona que são estas leis ridículas e que somos obrigados a aturar. Parabéns ao deputado Moreira Mendes e espero que o seu discurso sirva de exemplo e de base para outros deputados. Pois já chega de alimentarmos as cidades e sermos taxados de improdutivos e exploradores.

  3. claudio cicero alves disse:

    Até que enfim estamos vendo alguém defender realmente quem trabalha. Parabéns bancada dos trabalhadores de verdade, que são os ruralistas que sustentam suas familias , as cidaddes as lojas , as revendas de máquinas, sustentam uma cadeia e são taxadas pelos ignorantes que as vezes está sentado numa sala c secretária com hora marcada p atender as pessoas com ar condicionado e tudo mais e chama o proprietário rural de caloteiro de devastador de floresta

  4. Lineu Quirino F. Bueno disse:

    Não nos deixemos enganar por estes 217 parlamentares ditos ruralistas. Esta definição de ruralistas provém do fato de eles terem registrados em seus nomes algum tipo de propriedade rural, propriedades estas que foram em alguns casos, adquiridas com dinheiro de fontes mais do que duvidosas. Também não vamos é claro generalizar, pois sem dúvida, parte destes 217 nobres parlamentares, além de legislarem em causa própria, também estão do lado da verdade, do realismo, da melhoria das leis e da segurança para o produtor rural.