O acordo bilateral fechado em Bruxelas em que a União Europeia (UE) concedeu mais 5 mil toneladas de carne bovina dentro da Cota Hilton para o Brasil não agradou aos frigoríficos brasileiros. Isso porque o acordo fechado entre o Itamaraty e as indústrias nacionais previa que o volume mínimo a ser aceito era de 8 mil toneladas de Hilton, mais 9 mil toneladas dentro da cota GAT Indústria, que tem uma tarifa intermediária. Hoje, o Brasil tem uma Cota Hilton de 5 mil toneladas.
O acordo bilateral fechado em Bruxelas em que a União Europeia (UE) concedeu mais 5 mil toneladas de carne bovina dentro da Cota Hilton para o Brasil não agradou aos frigoríficos brasileiros. Isso porque o acordo fechado entre o Itamaraty e as indústrias nacionais previa que o volume mínimo a ser aceito era de 8 mil toneladas de Hilton, mais 9 mil toneladas dentro da cota GAT Indústria, que tem uma tarifa intermediária. Hoje, o Brasil tem uma Cota Hilton de 5 mil toneladas.
As 5 mil toneladas adicionais concedidas pela UE são uma compensação ao Brasil em virtude da entrada de Bulgária e Romênia no bloco europeu. Pelos cálculos das indústrias, a compensação real que o Brasil deveria ter era de uma Cota Hilton superior a 20 mil toneladas. “Sabemos que uma cota de 20 mil não seria possível, por isso, quando o Itamaraty nos procurou falamos em um volume menor, mas nem isso foi atingido”, disse uma fonte de um frigorífico.
Atualmente, os frigoríficos têm dificuldade de cumprir a cota de 5 mil toneladas as quais o Brasil tem direito por limitações na oferta de carne. O pequeno número de fazendas habilitadas para exportar ao bloco europeu restringe a oferta de carne dentro das exigências. “Hoje, essa é a realidade. Mas quando falamos em ter uma cota maior estamos pensando no futuro, em que o número de fazendas será maior, teremos mais carne e teríamos uma cota maior para atender”, disse a fonte.
O principal questionamento dos frigoríficos com relação ao Itamaraty refere-se à capacidade de negociação e barganha do Brasil frente a UE. A fonte da indústria cita como exemplo a cota de 45 mil toneladas que os Estados Unidos conseguiram do bloco para exportar carne bovina sem hormônio. “Com uma única tacada os americanos conseguiram uma cota desse tamanho e nós temos que nos contentar com uma cota de 5 mil toneladas”, disse a fonte.
Stephanes aposta em crescimento da lista Trace
Até o fim do ano, o Brasil deverá retomar a comercialização de 50% do volume de carne bovina que exportava para a União Europeia (UE) antes do imbróglio do País com o bloco a respeito de rastreabilidade, ocorrido no início de 2008. A estimativa foi feita pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
A UE era o maior mercado de carne bovina do Brasil, tendo importado 912,5 mil toneladas do produto em 2007, antes do episódio, o que representou a quantia de US$ 4,2 bilhões. Com o acontecimento, o bloco perdeu lugar para a Rússia, que passou a ser o maior comprador isolado do produto.
Para vender a carne para a União Europeia, há, conforme o Ministério, 1 mil propriedades habilitadas. Mas a fila de interessados é bem maior, de acordo com Stephanes. “Temos recebido uma média de 100 a 150 candidatos por mês querendo passar pela auditoria para exportar para a União Europeia. Só do Mato Grosso tem mil candidatos”, relatou. “O que não há é capacidade para auditar tantos interessados”, continuou.
Apesar de a fila estar andando de forma mais lenta do que os pedidos, o ministro deixou claro que preferirá fazer a auditoria aos poucos do que correr o risco de ter a carne novamente embargada por questionamentos do bloco econômico a respeito da rastreabilidade. “Queremos evitar o problema do passado”.
As informações são da Agência Estado, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.