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Nova linha do BNDES cresce como opção ao Moderfrota

Lançada em março, a linha do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar investimentos tornou-se uma alternativa para os produtores que não conseguiram acessar o Moderfrota, principal opção de empréstimo para a compra de máquinas agrícolas prevista no Plano Safra. Batizada de BNDES Crédito Rural, a nova linha do banco é mais cara que o Moderfrota, que tem juros subsidiados pelo governo. Em contrapartida, ela tem prazo maior para pagamento e permite financiar o valor total do item.

Com demanda elevada, os R$ 6,5 bilhões do Moderfrota esgotaram-se menos de seis meses após o Plano Safra 2020/21 entrar em vigor. O aporte adicional de R$ 740 milhões não foi suficiente para dar conta da procura.

O BNDES Crédito Rural, que continuará à disposição em 2021, tem três opções de juros – taxa fixa do BNDES (6,2%), TLP (1,83% em dezembro) ou Selic (2%) -, mais 0,95% ao ano e limite de spread de 2,1%. Para a aquisição de máquinas, a carência é de dois anos e o prazo para pagar, de dez. O Moderfrota, por sua vez, tem taxa fixa anual de 7,5% e prazo de pagamento de até sete anos, no caso de produtores que faturam até R$ 45 milhões por ano. O valor financiável é de até 85%.

No ciclo 2020/21, o Ministério da Economia destinou R$ 11,5 bilhões para equalização de juros, dos quais R$ 8,63 bilhões para investimento, o que inclui o Moderfrota. A demanda por operações de investimento com juros equalizados aumentou 32% de julho a outubro, para R$ 12 bilhões. “Ainda temos um movimento para suplementar o Moderfrota, mas nosso desempenho não foi afetado porque essa nova linha compensou a falta de recursos oficiais subsidiados”, afirma Ana Helena de Andrade, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Com o estrangulamento das linhas do Plano Safra, o novo produto de crédito do BNDES liberou R$ 1 bilhão de março a outubro, dos quais R$ 910 milhões foram para a compra de máquinas agrícolas, em um total de 2.746 contratos. O restante foi para financiar itens como armazéns e infraestrutura das propriedades.

“Neste ano, a demanda por recursos foi recorde. Muitos programas foram suspensos com dois ou três meses do começo do Plano”, afirmou Gabriel Aidar, chefe do departamento de clientes do BNDES, em evento online promovido pela Anfavea.

Se, de um lado, o crédito foi apertado, de outro, há dificuldade com o fornecimento de insumos à indústria. “Todas as montadoras passam por um momento crítico de desbalanceamento da cadeia. Pode levar algumas semanas até um equilíbrio para a retomada da produção”, diz o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

Fonte: Valor Econômico.

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